Aumenta a presença de grupos privados de ensino na educação básica e superior no Brasil

Publicado em 22 de junho de 2017 às 07h59min

Tag(s): Educação Superior



No segundo dia do Seminário Nacional sobre Privatização e Mercantilização da Educação no Brasil, o avanço da presença de grandes grupos privados de ensino, inclusive conglomerados internacionais, no Brasil foi avaliado como uma tendência que preocupa, e pode levar ao aumento da privatização da educação pública.

O evento, organizado pelo PROIFES-Federação, em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE) e Internacional da Educação (IE) e com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), iniciou nesta quarta-feira, 21, com a apresentação da pesquisa “A privatização da educação básica no Brasil: Projeto Name”, realizada pela Contee, e apresentada pela secretária geral da entidade, Madalena Guasco.

A pesquisa detalha a atuação do grupo inglês Pearson na educação brasileira, com programas educacionais voltados à escola privada, e com o programa Name, com foco em instituições públicas de educação, estaduais e municipais. Presente atualmente em 170 municípios brasileiros, alcançando quatro milhões de alunos, Madalena ressalta que a atuação do grupo no Brasil se dá por meio de convênios com as secretarias municipais e estaduais de educação, atuando deste modo nas escolas públicas, fornecendo material didático, formação de professores.

“É praticamente uma gestão privada da educação pública, e eles vieram com o objetivo de dominar o mercado brasileiro. Não é um grupo qualquer, dominam a mídia, são donos do [jornal] Financial Times, da revista The Economist”, destacou a dirigente da Contee.

A concentração de entidades privadas no ensino superior foi apontada por Adércia Hostin, secretária de assuntos educacionais da Contee. “Nos últimos anos houve grande expansão mercantil das instituições de ensino superior e têm ocorrido também fusões, com instituições menores sendo incorporadas pelas maiores. No ano passado o setor faturou R$ 59,4 bilhões”, ressaltou Adércia, lembrando que atualmente 75% dos universitários brasileiros estão em instituições privadas. “Temos que resgatar o Plano Nacional de Educação e retomar o crescimento da educação pública”, concluiu.

Na mesa de encerramento do Seminário, o vice-presidente do PROIFES-Federação, Flávio Silva (ADUFG-Sindicato), ressaltou a necessidade da manutenção do combate à mercantilização da educação no Brasil. "Todos sabemos da velocidade com que esse processo de privatização está acontecendo, e precisamos continuar atuando em conjunto, como fizemos aqui no Seminário Nacional, com debates importantes e de qualidade, para frear esse movimento de mercantilização", afirmou Silva.

Fonte: PROIFES-Federação

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