CNPq quer aumentar interesse de pós-graduados pelo Programa Ciência sem Fronteiras

Publicado em 13 de março de 2013 às 10h04min

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 Aumentar o número de bolsistas de pós-graduação no Programa Ciência sem Fronteiras é um dos principais desafios que se apresentam para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) - segundo o coordenador de ações internacionais do programa, Cassiano Almeida.

Desde o fim de 2011, quando o Ciência sem Fronteiras entrou em operação, foram concedidas cerca de 7 mil bolsas de pós-graduação, número abaixo do previsto pelo coordenador. Segundo ele, a meta, inicial é conceder 43 mil bolsas a candidatos de pós-graduação até 2015, o equivalente a uma média de 12 mil bolsas anuais. Nessa categoria, estão incluídas, por exemplo, as bolsas a candidatos com doutorado-pleno, cuja adesão, também é considerada modesta. Isto é, por ora, não somam mil bolsas.

A falta de domínio da língua inglesa está entre os responsáveis pela baixa adesão de candidatos de pós-graduação ao programa, hoje a principal bandeira do governo federal para qualificar capital humano no exterior, principalmente em áreas consideradas estratégicas para elevar a competitividade do país.

Expectativa - A previsão de Almeida é elevar o interesse dos bolsistas de pós-graduação pelo Ciência sem Fronteiras, seja pela melhoria da "proficiência" dos candidatos nos cursos de inglês, seja pelo aumento da divulgação do programa.
"São vários fatores que limitam a adesão de candidatos de pós-graduação ao programa", disse Almeida.

Na tentativa de resolver, pelo menos, esse gargalo que reduz o interesse de candidatos ao Programa Ciência sem Fronteiras - vinculado ao CNPQ, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e ao Ministério da Educação (MEC) - o governo criou o Programa Inglês Sem Fronteiras (ISF), no fim de 2012, como um programa complementar ao projeto que leva estudantes brasileiros para estudarem no exterior.

Concorrência interna - Almeida atribuiu a baixa adesão de candidatos de pós-graduação ao Programa, também, ao aumento da oferta interna de cursos de especialização, já que acabam concorrendo com os estrangeiros. "Antes do lançamento do nosso programa, as oportunidades eram escassas", declarou o coordenador de ações internacionais do Programa Ciência sem Fronteiras.

Segundo Almeida, a chamada graduação-sanduíche - que tem uma etapa cursada no Brasil e outra no exterior - foi a modalidade que teve maior número de demandas atendidas, correspondendo hoje a 75% do total das bolsas em operação. Dentro dessa modalidade, os cursos de engenharia foram os mais procurados.

Prestes a completar dois anos de lançamento, em julho próximo, o Programa Ciência sem Fronteiras concedeu mais de 22 mil bolsas de graduação e de pós-graduação em mais de 16 diferentes países até agora. Número semelhante a esse é previsto para ser atingido este ano, segundo o coordenador. O governo controla o regresso do pessoal por um formulário. Estima-se que até agora 5 mil alunos tenham regressado ao Brasil.

O CNPq tem como meta distribuir 75 mil bolsas de estudo pelo Ciência sem Fronteiras nos primeiros quatro anos do programa - considerando apenas os benefícios do governo. Se levado em consideração o apoio do setor privado, a meta pública é levar 101 mil estudantes para cursos no exterior até 2014.

Prazo esticado - Inicialmente, o alvo era distribuir 75 mil bolsas até 2014, quando, teoricamente, o programa completaria quatro anos. Pelo fato, porém, de o programa ter começado a ser executado, oficialmente, no fim de 2011, o governo esticou o cumprimento dessa meta para 2015. Almeida descarta afirmar que essa seja uma medida que altera a meta prevista inicialmente para ser cumprida até 2014.

Fonte: SBPC

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