Seminário destaca importância da cooperação internacional para o desenvolvimento

Publicado em 25 de abril de 2013 às 08h53min

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 Durante a abertura e as primeiras palestras do Seminário Internacional da América Latina e Caribe, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), nesta terça-feira (23), a cooperação internacional foi ressaltada como fator decisivo para o desenvolvimento da região. O evento teve continuidade com painéis organizados pelos países convidados, entre eles, Argentina, Colômbia, Cuba, Chile e México.
O início do seminário foi conduzido pelo presidente do CNPq, Glaucius Oliva, que foi acompanhado do chefe da Divisão de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ademar Seabra, e do Diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde (DABS/CNPq), Paulo Sérgio Lacerda Beirão.
Glaucius enfatizou que o momento do desenvolvimento regional é oportuno para otimizar novas ações articuladas, visando à ampliação da geração do conhecimento. "Não se faz mais ciência apenas com o professor e seus alunos em um laboratório. Com este entendimento, a cooperação internacional foi alavancada como ponto estratégico para a consolidação da pesquisa e capacitação de recursos humanos, com a troca de experiência nos projetos conjuntos, no Brasil e em muitos outros países do mundo". O presidente falou ainda sobre a importância do evento na promoção do esforço conjunto para a integração entre os países da América Latina e Caribe. "Esta é uma oportunidade para identificarmos novas propostas, que possam ser estabelecidas e apoiadas, a partir deste evento", disse.
Oportunidades - A professora Emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alice de Paiva Abreu, foi responsável pela conferência de abertura, abordando as oportunidades do setor na América Latina e Caribe. "Hoje, vemos que um grande número de países desenvolve uma ciência de excelência. Neste cenário, muitos pesquisadores qualificados se dispõe a colaborar com grupos de outros países, o que facilita as novas cooperações", pontuou.
Em sua apresentação, a professora explicou que cinco países concentram 80% do Produto Interno Bruto (PIB) nesta região, abrangida pelo recorte do evento. São eles, Brasil, Argentina, Colômbia, Venezuela e México. "Essa disparidade é ruim para a região, pois isso se reflete no investimento em ciência, tecnologia e inovação, e no conseqüente desenvolvimento desigual". Uma particularidade foi mencionada sobre a contribuição brasileira no investimento em ciência, tecnologia e inovação na região. "O país contribui com cerca de 60% do total de recursos destinados a este setor. Isso explica a disparidade inerente entre os sistemas já estabelecidos, o que tende a aumentar se persistir composto da forma que está atualmente".
Alice corroborou com a opinião do presidente do CNPq sobre a importância da cooperação internacional para a mudança deste cenário regional. "O papel dos projetos conjuntos é central. Cerca de 35% dos artigos científicos produzidos no mundo, são provenientes de parcerias. A resolução de temas complexos são otimizados com esforços conjuntos. Sem contar que este tipo de iniciativa, aumenta a qualidade das pesquisas, faz com que a ciência regional seja mais relevante para o contexto global e auxilia no convencimento dos governantes de que este setor deve participar ativamente do desenvolvimento de qualquer país".
Por último, Alice ainda citou um novo projeto que está sendo articulado em diferentes organismos voltados aos programas regionais conjuntos, denominado Future Earth (Mundo do Futuro, em tradução livre). "Esta iniciativa terá como metas, promover pesquisas orientadas para soluções sustentadas, promover a colaboração interdisciplinar entre ciências naturais, humanas, sociais, econômica e tecnológica, produzir informações relevantes para os governantes e fomentar a formação de recursos humanos".
Fomento - Coube ao coordenador de Cooperação Internacional do CNPq, Marcos Formiga, informar ao público presente no evento, quais são as ferramentas do órgão disponíveis para o fomento destas iniciativas. Foram citados entre os principais instrumentos, os programas de projetos conjuntos de pesquisa, o incentivo à formação e o fortalecimento de parcerias, e os programas de mobilidade e as chamadas públicas destinadas ao financiamento de bolsas de graduação.
"O CNPq já disponibiliza diversos instrumentos para a consolidação da perspectiva abordada neste evento. Não é isso que falta. Precisamos de maior adesão", destacou Formiga. Sobre o desenvolvimento tecnológico, lembrou que o volume de recursos que deve ser aplicado com esta finalidade deve ser maior, pois esse processo é mais custoso. "É necessário que haja este entendimento para o definitivo avanço regional no cenário mundial", finalizou.

Fonte: SBPC

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