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Publicado em 18 de junho de 2013 às 12h09min
Tag(s): Comissão da Verdade
Com o objetivo de traçar um panorama dos trabalhos das Comissões da Verdade no Rio Grande do Norte e no Ceará, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte sediou o Encontro “Verdades Cruzadas” nesta segunda-feira, 17 de junho, no auditório da Biblioteca Central Zila Mamede.
A mesa de abertura contou com a presença da reitora, Ângela Paiva, do coordenador do Comitê Estadual da Verdade no Ceará, Silvio Mota, do presidente da Comissão da Verdade da UFRN, Carlos Roberto Gomes, do secretário do Comitê Estadual da Verdade do RN, Roberto Monte e do vice-presidente da OAB/RN, Marcos Guerra.
O presidente da Comissão da UFRN, Carlos Gomes, abriu os debates com a exposição dos trabalhos que vem sendo realizados pela Comissão da Verdade da UFRN, com a coleta de depoimentos das experiências vivenciadas no período de repressão e exame de documentos. O professor foi seguido pelo vice-presidente da OAB/RN, Marcos Guerra, e do secretário do Comitê Estadual da Verdade do RN, Roberto Monte.
Roberto parabenizou a implantação da Comissão da Verdade no âmbito do município de Natal, proposição do vereador George Câmara, aprovada por unanimidade na Câmara Municipal, e falou da expectativa de lançar, ainda no primeiro semestre de 2014, o relatório “RN:Nunca Mais”. O documento deve contemplar o esclarecimento dos crimes praticados pelo Regime Militar no Estado, que culminaram na morte e no desaparecimento de militantes políticos, assim como violações pouco esclarecidas contra cidadãos que não exerciam atividade política direta.
Já o presidente do Comitê da Verdade do Ceará, Silvio Mota, ex-guerrilheiro da ALN, ativista pela Anistia, advogado de trabalhadores e fundador da CUT, iniciou a apresentação ressaltando a importância da completa Justiça de Transição no país. Além das coletas de depoimentos e pesquisas documentais, Mota falou da realização de manifestações de rua, de visitas a Escolas e Universidades, especialmente as instituições de ensino da periferia.
Ao encerrar a mesa, a reitora Ângela Paiva ressaltou a importância dos trabalhos das Comissões na tentativa de reestabelecer a Verdade Histórica não relatada. “Nos imbuímos deste esforço de examinar e esclarecer as violações de direitos humanos num tempo em que se criminalizava a luta e se colocava sob maldição a palavra Liberdade”.
Ao final, a reitora prestou uma homenagem a escritora e ex-diretora de documentação e cultura da secretaria de Educação, na gestão de Djalma Marinho à época do Golpe Militar de 1964, Mailde Ferreira Pinto Galvão, que faleceu em abril deste ano.
Com a participação de todo corpo acadêmico da UFRN, professores, alunos e técnicos-administrativos, além de estudiosos da área de Direitos Humanos, parentes e vítimas do Regime Militar de 1964, os debates contaram, ainda, com a palestra “Falácias sobre a Lei da Anistia”, ministrada pelo juiz Sílvio Mota, coordenador da Comissão da Verdade do Ceará.