São Paulo tem 5 das 10 líderes em produção científica

Publicado em 10 de setembro de 2013 às 09h33min

Tag(s): Ciência



O RUF 2013 confirma: apesar dos esforços do governo federal para disseminar a produção científica por outras regiões do país, a maior parte da pesquisa nacional de qualidade continua concentrada no Estado de São Paulo.

Das dez primeiras colocadas nesse indicador, cinco são paulistas -todas as universidades estaduais (USP, Unicamp e Unesp) e duas federais em São Paulo (Unifesp e UFSCar).

Pesquisadores de outros Estados não vacilam ao apontar o fator que anaboliza esse desempenho: a estabilidade na política de financiamento. Desde a década de 1960, São Paulo tem sua agência de fomento específica, a Fundação de Amparo à Pesquisa.

Mantida com dinheiro do governo estadual, ela financia trabalhos de qualquer faculdade paulista, incluindo as privadas.

"Todos gostariam de ser uma Fapesp", afirma Sergio Gargioni, presidente da contraparte catarinense, a Fapesc, e do Confap (Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa).

A agência paulista recebe, por lei, 1% da arrecadação estadual, livre de contingenciamentos do Executivo. É algo em torno de R$ 1 bilhão, equivalente a todo o orçamento da Federal da Bahia.

As estaduais paulistas ainda dividem 9,57% do ICMS, livres de contenção. Só a USP deve receber neste ano R$ 4,3 bilhões, valor equivalente à soma dos recursos das federais do Rio (UFRJ), Minas (UFMG) e Bahia (UFBa).

Com verba garantida, a USP consegue manter um programa próprio de financiamento de pesquisas, que contou com R$ 200 milhões entre 2010 e 2012.

Há, ainda, dinheiro de empresas. Para o diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, a intensa atividade de pesquisa no setor produtivo paulista também influencia os resultados acadêmicos de São Paulo.

"O percentual de recursos para pesquisa que vem de empresas para as estaduais paulistas supera a média dos EUA", diz.

DESCONCENTRAÇÃO

A concentração já foi pior.

"Em 1993, 70% dos grupos de pesquisa cadastrados no CNPq eram paulistas. O número de grupos aumentou [hoje são quase 28 mil], mas a concentração diminuiu. São Paulo tem agora 46%", afirma Glaucius Oliva, presidente do CNPq, principal agência de fomento do governo federal.

Colaborou para a mudança, diz Oliva, uma lei de 2001 que destina 30% dos recursos dos fundos setoriais para pesquisa no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. "Fazíamos um esforço para receber pedidos de financiamento de pesquisa nessas regiões. Hoje há propostas competitivas."

Segundo Oliva, já há polos de pesquisa em Natal (neurociência) e Campina Grande (tecnologia).

 

Fonte: Folha de São Paulo

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