Alunos da USP Leste continuam ocupação e exigem transparência em questão ambiental

Publicado em 08 de outubro de 2013 às 09h23min

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Cerca de 100 alunos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), na USP Leste, ocupam desde quarta-feira (2) o prédio da diretoria da faculdade. Os estudantes afirmam que todas as tentativas de diálogo com a diretoria foram frustradas, e, portanto, não há previsão para o término da ocupação.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) fez na sexta-feira (4) uma vistoria no campus para verificar se a instituição cumpriu as exigências que visam a sanar os problemas de contaminação por gás metano detectado no local.

O campus foi construído em Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, em 2005. O solo do local já estava contaminado por metano. A greve da comunidade, iniciada no dia 11 de setembro, foi deliberada quando estudantes, funcionários e professores se depararam com parte da área da USP Leste interditada. Uma placa, com o logotipo da (Cetesb) e da Superintendência do Espaço Físico (SEF) da USP, determinava a interdição de áreas da EACH por conterem “contaminantes com risco à saúde”.

“Dissemos para os técnicos da Cetesb que o estudo estava feito de maneira errada, mas enfim, eles só estavam fazendo o trabalho deles, da forma como lhes foi mandado”, disse o integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e um dos ocupantes da diretoria da EACH, Marcelo Fernandes. Segundo professores e alunos do curso de Gestão Ambiental, o estudo feito pela Cetesb não atenderia aos requisitos para identificar a efetiva contaminação do solo, já que a medição não alcançaria a profundidade necessária para tal.

Em nota, a Cetesb afirmou que "os fiscais foram verificar se a universidade providenciou, entre outras medidas técnicas, a investigação detalhada e o desenvolvimento do plano de intervenção na área contaminada, a instalação de um sistema de extração de gases do subsolo e a remoção da terra depositada sem autorização na chamada área da chaminé", disse em nota a Cetesb.

Além da questão ambiental, a comunidade acadêmica pede o afastamento do diretor Jorge Boueri e do vice-diretor Edson Leite. Boueri, está afastado do cargo desde o dia 20 de setembro por motivos de saúde. Em congregação aberta, a comunidade votou para que ele renunciasse ao cargo. O vice Edson Leite assumiu o comando e até o momento não estabeleceu diálogo com alunos, professores e funcionários. “As pautas que unificam as categorias, professores, estudantes e funcionários, são questão ambiental, maior transparência e a política de afastamento do diretor e do vice.”

Butantã

Alunos e funcionários da USP Leste apoiam também a ocupação na reitoria e a greve no campus Butantã, que tem como principal pauta as eleições diretas para reitor. Os estudantes deliberaram greve geral e ocupam o prédio da reitoria desde terça-feira passada (1º), quando foi realizada uma reunião do Conselho Universitário para debater a possibilidade de mudança no método de escolha do reitor. A comunidade reivindica eleições diretas e transparência nos processos administrativos da USP.

Segundo o DCE, haverá hoje uma manifestação, às 17h, na Avenida Paulista dos alunos e do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), em solidariedade aos professores do Rio de Janeiro e às lutas pela educação no Brasil.

Na quarta-feira, haverá um ato em conjunto com os alunos da Unicamp, que ocupam a reitoria da universidade desde quinta-feira (3). Os alunos reivindicam o fim do convênio com a Polícia Militar, atuante no campus desde o fim de setembro, quando houve autorização, por parte da reitoria, para o patrulhamento de policiamento militar. A mudança ocorreu após a morte do estudante Denis Casagrande, que foi assassinado durante uma festa com aproximadamente 3 mil pessoas dentro do campus, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas.

Fonte: Rede Brasil Atual

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