Governos são responsáveis pela educação superior, diz documento final

Publicado em 10 de julho de 2009 às 12h04min

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Paris – “A educação superior, sendo um bem público, é responsabilidade de todos os protagonistas do setor, em especial os governos de cada país”. Essa é uma das conclusões do documento final da Conferência Mundial da Educação Superior, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Tecnologia (Unesco), na sede da entidade, em Paris. O documento foi aprovado na tarde desta quarta-feira, 8, por aclamação e unanimidade.
Durante três dias, quase mil representantes de órgãos governamentais, universidades, sociedade civil e entidades privadas de 148 países discutiram as novas dinâmicas da educação superior e da área da pesquisa para mudanças e desenvolvimento da sociedade. Os debates giravam em torno de pontos-chave como a responsabilidade social da educação superior; acesso, igualdade e qualidade; internacionalização, regionalização e globalização; e estudos de pesquisa e inovação.
A conferência teve início com polêmicas em torno do documento inicial. “Os grupos começaram a trabalhar sobre uma redação preocupante, voltada demais para a crise econômica mundial e a falta de recursos para o setor em função da crise, além de pontos polêmicos sobre a intervenção de instituições privadas e a questão da internacionalização, mas conseguimos chegar a um texto final com idéias bastante interessantes, que refletem mais a realidade dos países participantes”, avaliou o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Dentre os pontos abordados no documento final, o ministro destacou o reconhecimento da importância dos Estados nacionais à frente da criação de marcos regulatórios robustos, para impedir a ação de instituições oportunistas. Em seu “chamado à ação para os países-membros”, o documento cita a importância da “criação e reforço de sistemas apropriados de garantia de qualidade e marcos regulatórios que envolvam todos os protagonistas da educação superior”.
As polêmicas em torno da internacionalização e da globalização foram sanadas pontuando-se que “as redes de universidades internacionais são uma parte da solução”, e ainda que “a globalização reafirmou a necessidade do estabelecimento de sistemas de acreditação nacionais e de garantia de qualidade, para promover a troca de contatos”.
A principal conclusão do documento fica na idéia da educação superior como “bem público e estratégia imperativa para todos os níveis da educação. A base para pesquisa, inovação e criatividade deve ser uma questão de responsabilidade e suporte econômico de todos os governos. (...) Em nenhum momento na história foi mais importante investir em educação superior como uma força decisiva na construção de uma sociedade inclusiva e de conhecimentos diversos, e para avançar na pesquisa, inovação e criatividade”.

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