Circuito de Cinema exibe filmes em Natal sobre regimes militares

Publicado em 17 de setembro de 2014 às 11h23min

Tag(s): Direitos Humanos



O Circuito Universitário de Cinema exibirá filmes e promoverá debates sobre os regimes militares na América Latina. A programação, que inclui três documentários, acontece em todo o Brasil. Em Natal, o circuito começa nesta quarta-feira (17) e vai até a próxima quinta-feira (25).

Todas as exibições serão seguidas de debates sobre o tema, com a participação de acadêmicos, pesquisadores, pessoas de movimentos sociais e culturais, além dos diretores ou produtores dos filmes.

O destaque é o filme "500 – Os Bebês roubados pela Ditadura Argentina". O filme, uma coprodução Brasil e Argentina, conta a história daquelas que ficaram conhecidas como “As Avós da Praça de Maio” e a participação do grupo brasileiro Clamor na luta para localizar os bebês sequestrados ou nascidos em prisões clandestinas: os “500”.

Segundo os órgãos de defesa de direitos humanos, cerca de 500 netos foram afastados de suas famílias biológicas. Um total de 30 mil pessoas ficaram desaparecidas durante o regime militar no país.

Os outros dois documentários escolhidos para a mostra são “Setenta – 70”, de Emília Silveira, e “Duas Histórias”, de Ângela Zoe.

Serão realizadas seis sessões em cada um dos 27 estados. Para a produção da mostra haverá um agente mobilizador por estado para articular as exibições, divulgar o evento e ajudar na pesquisa de debatedores.


Programação em Natal


17/09
19:00
Anfiteatro do C.C.E.T.
UFRN
Filme: 70 Setenta
Debate com:
Leilane Asssunção, Historiadora. profa. UFRN Dpto. de História e Roberto Monte,  fundador do DHNET.org, referência em Direitos Humanos. Mediado por Ruy Rocha, jornalista, professor UFRN e apresentador do programa Xeque-Mate TVU

18/09
19:00- 21:00
Auditório BCZM, Lagoa Nova
UFRN
Filme: Duas Histórias
Debate com: Jarbas Martins Professor de jornalismo UFRN e poeta. Juliano Homem de Siqueira é sociólogo, advogado e filosofo, foi preso e torturado inúmeras vezes pela ditadura do Brasil e teve que viver no exílio. Hoje ele é presidente do PT . 

19/09
09:00- 11:00
Estácio, Romualdo Galvão
Filme: 70 Setenta
Debate com: Haroldo Carvalho Departamento de História da UFRN ministra as disciplinas: História do Brasil República, História Econômica e História da América Latina. Autor do livro “A Trama da Integração: Soberania e Identidade do Cone Sul”

23/09
19:00- 21:00
Anfiteatro do C.C.E.T.
UFRN
Filme: 500
Debate com: Paulo Braz Schettino, Guru em cinema, atuou em algumas produções cinematográficas com mestres como Ruy Guerra. Yara Gurgel, professora de Direito da UFRN, graduação e mestrado (Direito Trabalhista e Direitos Humanos)

24/09
19:00
Mini Auditório
UERN- Ayrton Senna
Filme: Duas Historias
Debate com: Jana Sá, seu pai Glênio Sá, lutou na Guerrilha do Araguaia e foi um dos 8 sobreviventes. Jana Sá é dirigente do PC do B /RN. Maria Emilia Monteiro Porto Professora de História da UFRN. Doutora pela Universidad de Salamanca - Pós-doutorado no CSIC Instituto de Historia.

25/09
19:00
Mini Auditório
UERN- Ayrton Senna
Filme: 500
Debate com: Jeane Fialho é Historiadora. Tem Especialização pela UFRN em Historia, Memoria e Arquivos e membro da Comissao pela Memoria, Justica e Verdade do Municipio de Natal. Luciano Capistrano é Historiador da SEMURB -Chefe do Setor de Patrimônio Histórico; Coordenador do Programa Memória (SEMURB); autor do livro "O Golpe Militar no Rio Grande do Norte e os Norte- riograndenses mortos e desaparecidos (1969-1973)".

Sobre os filmes:

 

500 – Os bebês roubados pela Ditadura Argentina

Duração: 100 minutos

Gênero: Documentário

Direção: Alexandre Valenti

Sinopse: Entre 1976 e 1983, a Argentina viveu sombrios anos de ditadura militar. Neste período, famílias inteiras foram despedaçadas pela repressão clandestina empreendida por um estado terrorista que ceifou a vida de cerca de 30 mil argentinos. Dentre as práticas mais aterradoras deste regime estava o sequestro sistemático de bebês e crianças, filhos de presos e desaparecidos políticos, que eram apropriados por seus algozes com espólio de guerra. A partir da iniciativa das Avós da Praça de Maio criou-se o “Banco dos 500”, com amostras de seu próprio sangue, o que possibilitou a descoberta de 114 das 500 crianças sequestradas. Reunidos às suas famílias reais e às suas verdadeiras identidades, os jovens nascidos nas maternidades dos campos da morte, juntamente com as Avós da Praça de Maio confrontam, em 2011, perante o Tribunal de Buenos Aires, os dignitários da mais sangrenta ditadura Argentina, acusados de genocídio e crimes contra a Humanidade: um caso histórico, único e universal. O documentário “500 – Os bebês roubados pela Ditadura Argentina” narra esta incansável luta das avós e seus netos que continua, diariamente, até que o último dos “500” seja encontrado.

 

70 - Setenta

Duração: 96 min

Gênero: Documentário

Direção: Emilia Silveira

Sinopse: O Brasil vive o ápice da repressão promovida pelo regime militar. Prisões, torturas, desparecimentos e mortes são cada vez mais constantes. Com todas as vidas democráticas fechadas grupos de esquerda armada organizam sequestros de embaixadores para pressionarem o governo a negociar e a libertar companheiros presos. O documentário reencontra 18 personagens, que faziam parte de uma lista de setenta presos políticos libertos em troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Burcher. Passados 40 anos do ocorrido o filme narra a emocionante visitação as memórias do período por parte destes sobreviventes, alternando histórias dramáticas, curiosidades e até mesmo momentos bem humorados de quem enfrentou a repressão e a violência.

 

Duas histórias

Duração: 52 minutos

Gênero: Documentário

Direção: Angela Zoe

Sinopse: Duas Histórias foi produzido com o apoio do projeto Marcas da Memória, da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, tendo como linha condutora a trajetória de dois militantes socialistas na luta contra a ditadura militar brasileira. O filme narra duas experiências diferentes, pois diferentes eram as concepções políticas que orientavam a resistência à ditadura. Mas são iguais na coragem, na dor, na sobrevivência e superação.

Fonte: G1 RN

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