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ADURN-Sindicato
Publicado em 30 de abril de 2015 às 17h14min
Tag(s): 1° de Maio
Nesta sexta, dia 1° de Maio, os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo todo comemoram o Dia Internacional do Trabalhador. Sindicalistas classistas de todo o mundo procurarão fazer da data um momento importante de luta pela manutenção dos direitos atuais e pela conquista de novos.
Várias manifestações estão acontecendo em todo o país. Centrais, Confederações, Federações e Sindicatos irão às ruas, avenidas e praças públicas das principais cidades brasileiras para levantar as bandeiras fundamentais de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Certamente, o posicionamento contrário à terceirização ampla e ilimitada da força de trabalho, aprovada pela Câmara dos Deputados, estará entre as reivindicações que as lideranças do movimento sindical levarão às mobilizações.
Trata-se de um momento relevante para a luta dos trabalhadores e trabalhadoras, e que merece ter seu significado relembrado. A data refere-se a um grande movimento grevista, desenvolvido em Chicago, em maio de 1886, por operários que lutavam entre outras reivindicações, pela redução da jornada de 13 para 8 horas semanais. O movimento foi duramente reprimido e seus líderes principais foram condenados à morte.
Os trabalhadores de Chicago passaram à História como os primeiros heróis desta luta, que tem caráter libertador. Anos depois, o 1° de Maio foi internacionalizado, por decisão de um congresso socialista realizado em Paris. Pela primeira vez, em 1890, o 1° de Maio é comemorado simultaneamente em todo o mundo, transformando-se assim no Dia Internacional dos Trabalhadores.
Alguns setores da sociedade, ajudados por uma mídia descompromissada com a luta da classe trabalhadora, hoje tudo fazem para retirar do Primeiro de Maio sua conotação política, combativa e classista, transformando a data maior do movimento operário num feriado insignificante.
Mas porque o tempo não para e a realidade é implacável na sua tendência a contrariar as vontades daqueles que lutam contra o desenvolvimento histórico, o Primeiro de Maio, apesar de tudo, continua sendo comemorado pelas forças do trabalho como um dia de luta.
No Brasil, a história das celebrações do Primeiro de Maio também foi pontilhada de lutas e atos heróicos, e estiveram relacionadas à luta por melhores salários e pela redução da jornada.
A primeira manifestação registrada ocorreu em Santos, em 1895. A data foi consolidada , quando um decreto presidencial estabeleceu o 1° de Maio como feriado nacional, em 1925. A efeméride ganhou status de "dia oficial", quando Getúlio Vargas era Presidente da República. Ele aproveitou o dia para anunciar, em anos diferentes - fruto de intensas lutas dos trabalhadores e trabalhadoras - os reajustes de salários mínimos e a redução da jornada.
Nos últimos anos, a data tem sido um momento especial para reforçar a unidade dos trabalhadores no combate por históricas reivindicações.
Este ano, a aprovação do danoso projeto de lei 4330, que amplia a precarização das relações de trabalho e a terceirização para todas as atividades, implicou em grande derrota para o trabalhador. Uma demonstração, inequívoca, da correlação de força desfavorável ao trabalho no poder legislativo.
Na contramão das vozes de milhares de brasileiros, a Câmara dos Deputados protagonizou um negativo episódio para o conjunto dos trabalhadores. Sob a liderança de Eduardo Cunha, parlamentares realizaram manobras e atropelaram o regimento da casa para aprovar emendas extremamente ruins ao projeto de lei que trata da Terceirização e versão final ficou ainda mais prejudicial para o mundo do trabalho.
Como desequilibrar essa disputa em favor do trabalho? Precisamos aprofundar o debate e elevar a compreensão sobre o momento presente. No momento atual, no mundo e no Brasil, a luta de classes é aguda. Permeia todos os espaços, principalmente o campo das ideias, e segue com vantagem para o capital. Embora a economia enfrente a maior crise já vivenciada.
O projeto ainda vai ter que ser aprovado pelo Senado. Caso o Senado faça alguma modificação, e certamente fará, o projeto volta a ser discutido na Câmara, e só então irá para a sanção ou veto da presidenta Dilma Rousseff.
Portanto, a Diretoria do ADURN-Sindicato deseja um Primeiro de Maio de luta, capaz de unir a bandeira imediata contra a terceirização à bandeira estratégica da defesa da democracia, como forma de homenagear àqueles que contribuíram para que a classe trabalhadora conquistasse direitos e caminhasse rumo a uma sociedade justa e democrática.