Entrevista: Presidente do ADURN-Sindicato fala sobre andamento do processo de negociação com Governo

Publicado em 07 de julho de 2015 às 12h02min

Tag(s): Campanha Salarial



A Campanha Salarial 2015 do ADURN-Sindicato e do PROIFES-Federação segue em andamento. Após a apresentação de uma proposta por parte do Governo, no último dia 15, e da retomada das negociações setoriais, o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, faz uma análise do quadro atual e fala sobre os próximos passos do Movimento Docente no processo de negociação.

A proposta apresentada pelo Governo no último dia 15 dialoga com a pauta do PROIFES-Federação e entidades filiadas?

Não, a proposta que o Governo apresentou foi a proposta para todos os servidores e não apenas para os professores. A pauta do PROIFES que está colocada para o Governo é a pauta da Federação que foi feita em dezembro de 2014. Na verdade a proposta não tem nenhum tipo de diálogo com a proposta do PROIFES-Federação.

Qual a avaliação que o sindicato faz da proposta apresentada pelo Governo?

A proposta é muito ruim, embora seja positivo que o Governo tenha voltado a negociar. O Governo havia parado de fazer reuniões e de se comunicar com os Sindicatos e agora voltou a fazer isso. A apresentação da proposta significa que ele está predisposto a negociar, mas a proposta em si é muito ruim, porque ela começa pelo princípio que você vai dar um reajuste abaixo da inflação. Outra coisa que foi muito negativa foi o Governo colocar que essa é uma negociação para quatro anos. Na verdade desde 2012 o Governo havia sinalizado que as negociações seriam setoriais e trienais e agora ele apresenta um plano geral e quadrienal, ou seja, descumpriu o que foi prometido em 2012.

E como o Movimento Docente pretende agir a partir de agora?

Nós já estamos agindo. Na verdade o PROIFES-federação a partir do momento que deliberou para que os seus Sindicatos discutissem o indicativo de greve, utiliza o indicativo de greve como instrumento de pressão e de negociação. Com o indicativo o Governo voltou a negociar e nós estamos nos reunindo quase que diariamente com lideranças, inclusive tivemos uma reunião com o MEC na semana passada, no dia de hoje está acontecendo uma reunião com todos os Sindicatos de servidores público Federais e no dia 15 haverá uma haverá uma reunião específica com os professores.

Qual a avaliação do Sindicato com relação ao processo de negociação com o Governo até o momento?

Não parece com o processo de 2012. É muito difícil fazer uma negociação em um momento que o País vive essa crise política e as dificuldades econômicas que nós estamos tendo. É diferente de 2012 quando o Governo também alegava crise econômica, mundial no caso, mas os indicadores econômicos não eram tão negativos como estão agora. Então você tem um cenário diferente e por isso o processo de negociação está mais difícil, mas o Sindicato não tem porque recuar neste momento, na verdade nós queremos que se recomponha a inflação e que haja uma reestruturação de carreira, além de outros pontos.

Que leitura o Sindicato faz sobre a greve já iniciada em algumas Universidades?

Na realidade nós temos que pautar essa pergunta de duas formas, existe um indicativo que foi feito pela Federação para que os seus Sindicatos discutissem com seus professores a possibilidade de ter ou não uma greve, e a segunda é uma greve que foi programada desde fevereiro deste ano para começar em maio. Então são duas coisas diferentes: uma é uma greve política e a outra é um indicativo de greve que foi tomado devido ao fato de o governo não estar mais negociando. Se você mapear as Universidades poucas estão efetivamente em greve. As grandes Universidades brasileiras não estão em greve. E a gente faz uma leitura de que, embora o Governo tenha colocado grandes dificuldades para negociação, o ambiente não é propício para uma deflagração de greve. No caso do Rio Grande do Norte nós estamos em férias e temos a responsabilidade de, ao tomar uma decisão deste tamanho, ter o maior número possível de professores trabalhando para poder deliberar, conforme o Estatuto, através de plebiscito. Então a gente vai municiar os professores de informações e a partir daí a poderemos convocar o Conselho de Representantes e marcar uma assembleia.

Qual a estratégia para o Movimento ganhar mais visibilidade neste momento?

No caso da UFRN é a mobilização através da comunicação, informar todos os dias aos professores, de todas as formas que a gente puder, os passos que estão sendo dados no processo. No caso da Federação é através da Comissão Nacional de Mobilização, da qual o ADURN-Sindicato faz parte, buscar apoio político em todas as esferas para que o Governo negocie conosco.

ADURN Sindicato
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