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Publicado em 26 de agosto de 2015 às 16h09min
Tag(s): Cultura
A Pinacoteca do Rio Grande do Norte será palco, nesta quinta-feira, 27 de agosto, de uma exposição de documentos e imagens que contam a trajetória do ex-prefeito de Natal Djalma Maranhão. Promovida pela Comissão do Centenário do Nascimento de Djalma Maranhão, criada pela Fundação José Augusto, a exposição ocorre em parceria com a Rede DHnet a partir das 18h.
Os painéis revelam parte da vida pública e familiar do homenageado, bem como as obras realizadas em seus dois mandatos de prefeito, a militância política, sua passagem pelo Poder Legislativo e o exílio no Uruguai, além dos incentivos que deu a artistas populares como Xico Santeiro.
Para lembrar o trabalho de Xico Santeiro, a Pinacoteca vai contar com uma exposição virtual. A maquete eletrônica abrange ainda os acampamentos do projeto “De pé no chão também se aprende a ler”, carro-chefe da administração de Djalma. O trabalho foi desenvolvido pelo arquiteto Gabriel Monte.
História
Djalma Maranhão nasceu em Natal, em 1915, filho de Luiz Ignácio de Albuquerque Maranhão e Salomé de Carvalho Maranhão. Viveu entre os irmãos Natércia, Cândida, Luiz e Clóvis.Professor de Educação Física do Colégio Estadual do Ateneu Norte-rio-grandense, jornalista e esportista. Fundador e diretor de jornais.
Na política, militou no Partido Comunista até o início dos anos quarenta, depois, reorganizou as forças populares herdadas de Café Filho e, finalmente, constitui seu próprio partido, nas legendas do Partido Trabalhista Nacional (PTN) e, posteriormente, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), constituindo-se, nos anos sessenta, na terceira força - política do Rio Grande do Norte e na primeira que não era fundada na oligarquia latifundiária da Estado.
Foi eleito Deputado Estadual (1954) e assumiu, como primeiro suplente, a Câmara Federal (1959-1960). Por duas vezes exerceu o cargo de Prefeito de Natal: a primeira, na segunda metade dos anos 50, por nomeação do governador Dinarte Mariz (em decorrência da aliança UDN-cafeístas); a segunda, em 1960 na primeira eleição direta para a municipalidade da Capital, com 64% dos votos válidos, integrando uma frente política de centro-esquerda chamada Cruzada da Esperança, tendo Aluízio Alves como candidato a governador do Rio Grande do Norte.
Pelo golpe de Estado de abril de 1964 foi deposto da prefeitura, cassado seu mandato, e esteve preso em quartéis do Exército em Natal, na ilha de Fernando de Noronha e no Recife. Libertado por ordem do Habeas Corpus do Supremo Tribunal Federal em dezembro de 1964, após publicar um manifesto na imprensa do Rio de Janeiro (O (General Fome está nas Ruas), asilou-se na Embaixada do Uruguai. Morreu no exílio, em Montevidéu, em 30 de julho de 1971, aos 56 anos de idade. Seus restos mortais repousam no cemitério do Alecrim.
Em sua prática política, Djalma Maranhão manteve coerente posição política aos postulados nacionalistas, daí seus discursos de denúncia ao imperialismo e à guerra fria e de apoio aos não-alinhados; lutou pela formação de um governo popular e democrático, daí seu apoio às Reformas de Base do Presidente João Goulart, ao pluralismo político, à reforma agrária, à Revolução Cubana e de denúncia aos golpistas que, no Brasil de 1954 à 64, conspiraram contra a constituição de 1946 na pregação da derrubada do Estado de Direito. Foi casado com Dona Dária Maranhão e deixou um filho, Marcos Maranhão.
Essa Exposição faz parte de uma extensa programação em Homenagem ao Centenário de Nascimento desse importante militante que terá Memorial Online; Exposição de Fotografias e Banners, presencial e virtual; Roda de Conversa; Seminários; Sessão Solene; Cortejo Cultural; Show Musical e encerrando com a Entrega do XXI Prêmio Estadual de Direitos Humanos Emmanuel Bezerra onde serão homenageados Professores e Alunos da época da gestão do ex-Prefeito.
Com informações da Comissão do Centenário do Nascimento de Djalma Maranhão e da Rede DHnet