Perspectivas sindicais e do movimento docente no Brasil encerram primeiro dia de debates

Publicado em 05 de agosto de 2016 às 19h18min

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Debater o atual cenário, desafios e perspectivas sindicais e do movimento docente no Brasil. Foi com este objetivo que os professores de todas as regiões do país se debruçaram na tarde desta sexta, 5, no segundo tema do XII Encontro Nacional do PROIFES-Federação.

À luz do plano da conjuntura nacional e internacional, foram debatidas as políticas da universidade pública brasileira e os desafios que se apresentam aos que lutam na perspectiva de integrar o trabalho acadêmico ao processo político de construção de uma sociedade democrática.

O envolvimento dos docentes universitários nas lutas políticas sindicais foi exaustivamente debatido e aponta para o desafio da construção de uma verdadeira universidade pública, laica, gratuita e de qualidade.

Em sua intervenção, o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, chamou a atenção dos colegas para concepção da dimensão do significado e papel do Sindicato como articulador do conjunto de demandas da categoria.

O encontro concorre com um dos momentos mais difíceis da história do país, de ameaças à direitos e conquistas trabalhistas e de desmonte do estado brasileiro e da Educação Pública que aumenta o desafio do professor universitário em sua organização sindical na luta pela garantia das políticas de expansão de Universidades e Institutos Federais, a atratividade da carreira do professor e de valorização do salário.

Ao ressaltar a história de lutas da entidade em favor da categoria nestes anos de sua existência, as intervenções reafirmaram os princípios da democracia, autonomia e liberdade sindical como marcas existenciais da vida do PROIFES, que em pleno crescimento representa hoje os anseios dos professores de Instituições Federais de todo o País, interessados na melhoria da Educação Superior e das condições de vida e trabalho dos docentes.

Foi analisado, ainda, o papel que o Novo Movimento Sindical deverá jogar no atual cenário político para impedir os retrocessos e garantir vitórias para as demandas das universidades, dos institutos federais e da categoria que está vigilante quanto às propostas de desmonte das políticas de Estado, especialmente no que se refere à educação pública.

Sind-Proifes

O papel do Sind-Proifes na expansão da Federação também foi tema das discussões. Os professores Valdemir Alves Junior e Eduardo Rolim, presidentes do Sind-Proifes e PROIFES-Federação, respectivamente,  apresentaram a estrutura de funcionamento e defenderam como ferramenta de construção e ampliação da Federação.

Segundo os dirigentes, o Sind-Proifes atende a cidades e estados que não estão na base geográfica dos sindicatos federados, oferecendo atendimento às necessidades de professores para que possam discutir questões locais e nacionais das carreiras e das condições de trabalho.

Gênero, Etnia e Direitos Humanos

Na discussão das questões de gênero, etnia e Direitos Humanos no contexto do Sindicato foi proposto a formação de um grupo de trabalho em atenção aos grupos minoritários, a ampliação dos debates nos sindicatos e a promoção de um encontro das docentes negras das Instituições Federais de Ensino.

Aposentados

Os debates objetivaram fortalecer a política de ações voltadas para a aposentadoria. Entre as propostas apresentadas pelo professor da APUB Sindicato, Joviniano Neto, a valorização do vencimento básico, independente de titulação; diminuição da diferença entre mestres e doutores na retribuição por titulação; defesa do direito à dupla aposentadoria e a possibilidade dos professores do Magistério Superior, a exemplo da carreira do EBTT, chegarem à classe de associado, independentemente da Titulação.

Ética em tempo de greve

Uma ampla discussão em torno da utilização da greve como ferramenta de conquistas de valorização da carreira e do salário, marcou o fim dos trabalhos do primeiro dia de debates do XII Encontro Nacional do PROIFES-Federação.

Na contramão da defesa da greve como instrumento meramente coorporativo, que atinge apenas a sociedade, as intervenções apontaram a greve como ferramenta de pressão importante. Contudo, os docentes consideraram que não deve ser banalizada nem colocada como primeira forma de luta.

ADURN Sindicato
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