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Publicado em 27 de março de 2017 às 11h27min
Tag(s): Ensino Superior
Após aprovar, com o Parlamento fechado para a sociedade e dura repressão aos protestos, o fim dos investimentos em educação pelos próximos 20 anos e promover um dos maiores ataques aos direitos dos trabalhadores com a aprovação da terceirização irrestrita de todas as atividades, o governo de Michel Temer (PMDB) quer agora cobrar mensalidades nas universidades e institutos federais.
A defesa foi feita pela secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), professora Maria Helena Guimarães de Castro, em audiência com dirigentes do PROIFES-Federação, no dia 16 de fevereiro passado.
“Eu sou de universidade, defendo a educação pública, mas acho que temos de olhar para a situação real. Não podemos criar situações incompatíveis com o mundo que estamos vivendo, de queda de receita, de mudança no paradigma da economia do país. Nós só aumentamos em folha de pagamento”, começou a secretária, antes mesmo de Eduardo Rolim, presidente do PROIFES, terminar de apresentar a pauta.
Logo depois a secretária citou as realidades do ensino superior em Portugal, Inglaterra, França e Alemanha. “Aliás, nem sei ainda que países têm universidades públicas plenamente gratuitas para todos, in dependente da situação socio-econômica. O Brasil não pode ficar fora do mundo real”, disse Maria Helena.
O presidente do PROIFES, Eduardo Rolim, defendeu a posição da Federação “de que a graduação e a pós-graduação não devem ser cobradas, até por questão de realidade nacional, diferente do Brasil para os outros países”. O dirigente ainda argumentou que a medida exigiria uma reforma constitucional. “Mas tudo é possível”, rebateu Maria Helena. “Não acabamos de votar várias PECs? Até a PEC do Teto nós votamos”, concluiu.
"A nossa responsabilidade neste momento não é pequena. Depende do nosso poder de mobilização a construção de um amplo movimento de resistência a estes projetos”, avalia o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, para quem a cobrança é um retrocesso inaceitável, que pode vir a ampliar a exclusão no ensino superior.
Com informações do PROIFES-federação e Adufg Sindicato