Ensino superior: Professor faz diferença entre primeiras colocadas

Publicado em 01 de setembro de 2009 às 15h09min

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Fábio Fabrini e Maiá Menezes escrevem para "O Globo":
A formação dos professores e a aliança entre ciência e ensino estão no topo da lista de motivos apontados por gestores de universidades para a boa posição no ranking do Ministério da Educação.
Mais bem colocada entre as universidades estaduais do país, a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) aposta na qualificação dos mestres: são 320 professores, todos com doutorado e dedicação exclusiva. A realidade é a mesma na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na terceira posição geral. A instituição tem 95% dos profissionais em sala de aula com mestrado ou doutorado.
Reitor defende fim de ingerências políticas A UFMG já é a segunda do país em patentes científicas (280 registros), atrás apenas da Unicamp. O empenho é semelhante na Uenf - 14ano ranking geral do MEC: - A ciência é o pilar da gente.
Formamos pesquisadores - ressalta o reitor, Almy Junior Cordeiro de Carvalho, que defende a autonomia das universidades: - Temos extrema dificuldade de administrar as universidades.
Porque, por herança do passado, estamos sob a tutela da mudança partidária, esse ou aquele partido interfere ou não na gestão. Quando se muda de governo ou quando se entra em crise, a universidade entra no pacote geral. O Brasil interrompe uma pesquisa como se para a construção de uma ponte.
O pró-reitor de Graduação da UFMG, Mauro Mendes Braga, diz que, ao todo, são 1.158 bolsistas de iniciação científica, fora os que se engajam em projetos dessa natureza sem receber. É o caso de Raquel Cristina Teixeira Freitas, de 21 anos, que, no 6º período de psicologia, trabalha em duas pesquisas sobre hiperatividade e desenvolvimento da leitura infantil.
- Isso permite ao estudante se aprofundar nos temas de seu interesse e o ajuda na preparação para o mestrado - diz a aluna, ponderando que muitas falhas escapam aos índices do MEC: - Neste semestre, não tenho professor para uma das disciplinas. E as carteiras da faculdade estão caindo aos pedaços.
O pró-reitor de Planejamento, José Nagib Árabe, alega que, a despeito dos problemas, a realidade é melhor do que há uma década.
Fora a UFMG, figuram entre as dez melhores do país outras três instituições mineiras: as universidades federais de Lavras (Ufla), do Triângulo Mineiro (UFTM) e de Viçosa (UFV). Elas são, respectivamente, quarta, sexta e sétima no ranking do MEC. Despontam os cursos voltados para a produção agrária.
Em Lavras, se destacam os cursos de veterinária, zootecnia e agronomia.
- Quase todos os professores são mestres ou doutores. São geradores e não meros repetidores de conhecimento. Têm dedicação exclusiva, o que favorece atividades de extensão - diz o pró-reitor de Graduação, João Chrysóstomo de Resende Júnior.
A UFRJ, melhor colocada na lista do MEC no Rio, e a Universidade Santa Úrsula, a pior de todo o país, não se manifestaram sobre o resultado.

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