“Previdência é superavitária, e reforma não será votada esse ano”, afirma senador Paulo Paim ao PROIFES

Publicado em 10 de outubro de 2017 às 14h42min

Tag(s): Previdência



Se os recursos destinados à Previdência na Constituição Federal de 1988 ficassem na Previdência, teríamos recursos para muitas gerações futuras. De 2002 até hoje foram desviados da Previdência recursos da ordem de R$ 3 trilhões. Estas foram algumas das observações que o senador Paulo Paim (PT-RS), um dos principais nomes entre os parlamentares que lutam contra a reforma da Previdência, fez em entrevista ao PROIFES-Federação.

“Eu fui deputado constituinte, e se fosse respeitado o que colocamos na Constituição, como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Cofins, Pis Pasep, se esses recursos fossem efetivamente para a Previdência, teríamos um saldo positivo muito forte. Só com a Desvinculação de Receitas da União, que recentemente passou para 30% do total, perdemos R$ 92 bilhões em 2016”, destacou Paim.

Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para avaliar as contas da Previdência, Paim ressalta que o relatório da CPI, cuja divulgação do resultado parcial de quatro meses de trabalho já comprova superávit na Previdência, deve ser concluído neste mês. “Vamos concluir o relatório da CPI no mês de outubro, a presidência [do Senado] vai colocar em votação, e vamos divulgar, encaminhando para todos os deputados federais e senadores, e para todas entidades que quiserem, para saberem a verdade no Brasil no contexto da seguridade”.

Para o senador, a resistência dos diversos segmentos de trabalhadores à Reforma, e os primeiros resultados da CPI, fizeram efeito no andamento da votação. “A CPI da Previdência já deixou eles [o governo] combalidos, e já começaram a falar que há problemas na gestão. Isso já é suficiente, no meu entendimento, para afirmar que a reforma da Previdência não sai este ano”, afirma Paim, ressaltando, no entando, que é necessário continuar a luta.

“Se não fizermos uma revolução pela via democrática, isto é, se não melhorarmos e elegermos um Congresso decente, e um presidente comprometido com o povo brasileiro, a reforma da Previdência volta. Temos que continuar a fortalecer os comitês municipais, fazendo grandes mobilizações, e usando o relatório da CPI como documento de pressão. Queremos uma reforma na gestão da Previdência, e não ter que trabalhar noventa anos para se aposentar”, concluiu o senador.

PROIFES na mobilização

O PROIFES-Federação atua de diferentes formas na luta contra a aprovação do desmonte da Previdência. A entidade possui uma seção especial de seu portal dedicada exclusivamente à Reforma, sendo um espaço que reúne vídeos, notícias, e diferentes materiais gráficos produzidos pelo PROIFES e sindicatos federados de todo o Brasil, disponíveis para download, visualização e compartilhamento.

Diretores do PROIFES já realizaram, em diversos estados brasileiros, debates, apresentações, seminários e aulas sobre a reforma da previdência e seus impactos para os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, em especial para os docentes das Instituições Federais de Ensino Superior.

O PROIFES-Federação também elaborou uma cartilha em que detalha sete pontos em que o projeto substitutivo apresentado pelo deputado federal Arthur Maia (PPS-BA) pioram o texto original da reforma. Confira este e outros materiais, para download e compartilhamento, na seção especial sobre a Reforma da Previdência no Portal do PROIFES.

ADURN Sindicato
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