Intervenção: Defensoria e OAB contestam fichamento de moradores de comunidades no RJ

Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 11h35min

Tag(s): Direitos Humanos



A Defensoria Pública do Rio de Janeiro e a seccional estadual da Ordem dos Advogados do Brasil contestaram o fichamento de moradores de favelas da zona oeste da cidade feito pelas forças armadas em operação realizada na sexta-feira (25).

No mesmo dia, o coletivo Maré Vive denunciou as ações arbitrárias. “Estão fotografando todo mundo que sai das favelas Vila Kennedy, Coreia e Vila Aliança, na zona oeste. Papo que tá rolando até fila nos acessos da comunidade”, afirmaram na ocasião por meio das redes sociais.

Segundo a Defensoria, a abordagem é inconstitucional e viola direitos fundamentais. "De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, a abordagem pessoal por qualquer agente de segurança só é permitida quando há razões concretas e objetivas para a suspeita de que o indivíduo esteja portando bem ilícito ou praticando algum delito. O fato de se morar em uma comunidade pobre não é razão suficiente para este tipo de suspeita", diz a instituição em nota pública.

"A lei também estabelece que nenhum cidadão seja submetido à identificação criminal se estiver portando a devida documentação civil. Trata-se, portanto, de grave violação dos direito à intimidade e a liberdade de locomoção", diz a Defensoria.

No mesmo sentido, a seccional da OAB apontou que a prática afronta garantias constitucionais e vai estudar ações contra a medida. Este é o segundo movimento dos responsáveis pela intervenção no Rio em descompasso com a Constituição, de acordo com a entidade, após a tentativa de uso dos mandados coletivos.

A OAB cobra ainda do governo federal e dos comandos militares que apresentem as linhas de ação da intervenção e vai realizar nesta segunda-feira uma reunião com juristas para analisar o caso.

Fonte: Rede Brasil Atual

ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]