Ocupar espaços de poder é abrir caminho para a equidade de gênero

Publicado em 28 de março de 2018 às 10h31min

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O Adufg–Sindicato realizou nesta segunda-feira (26), às 9h, no auditório da Faculdade de Letras do Campus Samambaia/UFG, o Ciclo de Debates sobre Empoderamento da Mulher. O evento integra as ações de celebração dos 40 anos do sindicato e contou com a participação da secretária geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Fátima Silva, e da gerente de planejamento da ONG Think Olga, Joyce Prestes. A mediadora do debate foi a professora e diretora de Assuntos Jurídicos do Adufg-Sindicato, Ana Christina Kratz.

Fátima Silva, que já atuou na Secretaria de Relações Internacionais da Confederação e na vice-presidência da Internacional da Educação da América Latina (IEAL), abriu o debate ressaltando que o empoderamento feminino deve ser construído sem esquecer os diversos processos históricos de desigualdade de gênero pelos quais a humanidade vivenciou e vivencia. Sendo possível, dessa forma, perceber os retrocessos no campo da saúde, no acesso à universidade e no combate ao feminicídio. 

“O corpo e a vida das mulheres sempre tiveram donos. Nossos corpos foram feitos para a esfera privada, enquanto os dos homens foram e são direcionados para a esfera pública. A Igreja estabelece padrões e costumes do que nós devemos seguir. No mercado de trabalho, mulheres ganham 70% em relação ao salário dos homens dentro de uma mesma função profissional”, introduziu. 

Ainda segundo Fátima Silva, a construção de uma sociedade brasileira mais justa, solidária e equitativa depende do fortalecimento do Estado Democrático de Direito e do repúdio às reformas (trabalhista e previdenciária) que causam impactos diretos para toda a população envolvida, principalmente profissionais do funcionalismo público e do gênero feminino como um todo. “As nossas ações precisam ser no sentido de superar esse modelo político, entre homens e mulheres. Que o 8 de março sirva para reafirmarmos as nossas bandeiras por equidade, igualdade, respeito... e que possamos cada vez mais dizer: nenhuma a menos”. 

O empoderamento feminino por meio da informação também foi uma bandeira levantada durante o debate. Joyce Prestes, gerente de planejamento do Think Olga, considera a educação e a informação como portas de entrada para que as mulheres reconheçam seus direitos e lutem por eles. Campanhas da ONG como “Chega de Fiu-Fiu” e “Meu primeiro assédio” reiteram a força do conhecimento no combate à violência contra a mulher e na busca por direitos equitativos.
 
A interseccionalidade dentro do movimento feminista também é outro ponto necessário nas discussões de gênero, segundo a gerente da ONG. “Somos diferentes e partimos de lugares diferentes. Senão tivermos a visão intersecional durante os debates, estaremos excluindo diversas mulheres do assunto. Orientação sexual, raça e gênero são marcas de diferença e devem ser consideradas para ações e soluções mais abrangentes”. 

Além disso, Fátima Silva e Joyce Prestes, em suas respectivas falas, reiteraram a necessidade de mulheres ocuparem espaços de poder para mudanças efetivas. “Só assim vamos conseguir concretizar o que buscamos. E, assim, abrir caminhos para que outras mulheres também tenham esta possibilidade”, Joyce finaliza.

Fonte: ADUFG-Sinidcato

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