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Publicado em 10 de abril de 2018 às 11h15min
Tag(s): Golpe
A defesa da Democracia e da autonomia universitária deu o tom da aula inaugural do curso “O golpe de 2016 e o futuro da Democracia no Brasil”, ontem (05) na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA. Dois auditórios e o pátio do pavilhão de aulas receberam centenas de pessoas para ouvir a mesa de abertura e a apresentação do professor Luís Felipe Miguel, propositor da disciplina na Universidade de Brasília. A aula foi transmitida ao vivo por telões e via Facebook da Apub Sindicato (assista ao vídeo completo).
O professor Carlos Zacarias (FFCH) deu início à atividade falando do difícil cenário nacional que vem atacando progressivamente os direitos e as liberdades, trazendo como exemplo as ameaças às professoras e professores que pesquisam temas ligados ao campo progressista e de esquerda. Ao longo de sua fala, ele enfatizou a diversidade de opiniões e campos de estudo na composição do curso, do qual participarão outros 23 docentes. Além disso, explicou que as divergências de ideias é uma característica própria e fundamental da Universidade, como espaço de exercício da liberdade e reflexão crítica.
Na mesa, estiveram as professoras Maria Hilda Baqueiro, que falou sobre a tradição de resistência e reflexão crítica da UFBA e mais especialmente da FFCH, da qual é diretora; Graça Druck (FFCH) apontou como a decisão do STF do dia 04, em relação ao caso do ex-presidente Lula, ameaça fortemente o conjunto da esquerda brasileira; já Raquel Nery (FACED), diretora da Apub, falou da importância do curso, que representa uma via de enfrentamento à esta conjuntura, ratificando o apoio do Sindicato. Ela lembrou do debate “Universidade e Democracia”, promovido pela Apub, que contou com o professor Luís Felipe durante o Fórum Social Mundial (veja aqui o relato). Lana Bleicher (Odontologia) falou da necessidade de articulação e unidade para o enfrentamento a esse momento tão duro no país. E o reitor João Carlos Salles pontuou a ignorância dos que ameaçam a autonomia universitária e da necessidade de construir um projeto que desafie o retrocesso.
Representantes de diversas entidades e instituições também se manifestaram, entre eles o professor Antônio Eduardo Alves, que incluiu a disciplina do golpe na UFRB e a recém-eleita diretora da UNILAB, a professora Mírian Reis, que falou sobre a constante resistência do campus dos Malês, que agora também luta contra o golpe.
Em sua exposição, Luís Felipe Miguel enfatizou o principal objetivo do golpe de 2016: a redução do Estado em nome do mercado, a partir da razão neoliberal. Para ele, o cenário atual ataca e retrocede em muitos aspectos na Constituição de 1988, que para a direita brasileira significa um obstáculo na implementação de seu programa e para a maior parte da população garante direitos básicos. A Emenda Constitucional 95, a Reforma Trabalhista e do Ensino Médio são alguns exemplos que materializam o projeto do golpe. Ainda segundo o professor, o que une o campo progressista e a esquerda brasileira, que tem muitas e necessárias diferenças, é a defesa das condições para que a luta popular vigore no país, ou seja, a defesa da Democracia. “A luta que temos pela frente não se resolve em um ou outro episódio. Temos que ter a capacidade de manter essa resistência continuadamente em diferentes espaços”. E nesse sentido, como concluiu o professor, é preciso pensar o que aconteceu, quais são os limites dos pactos políticos estabelecidos nos últimos anos pelos governos do PT, quais os obstáculos estruturais para que haja avanços e mais conquistas populares e por fim, fazer brotar instrumentos de intervenção na realidade. Então, é esta a razão de existir a disciplina sobre o golpe de 2016 e o futuro da Democracia no Brasil.
Fonte: APUB-Sindicato