Após a greve dos caminhoneiros, que provocou um caos no país com desabastecimento de combustíveis e de alimentos, os petroleiros iniciam nesta quarta-feira (30) uma paralisação nacional por três dias. A categoria reivindica redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha; retomada da produção interna de combustíveis; fim das importações da gasolina e de outros derivados de petróleo; o fim das privatizações e do desmonte do Sistema Petrobras, além da demissão de Pedro Parente da presidência da Estatal.
No Rio Grande do Norte, os trabalhadores se reúnem em frente ao portão principal de entrada da sede administrativa da Petrobras, em Natal. Também serão realizados atos públicos na Base-34 (Mossoró), no S-7 em Alto do Rodrigues e no Ativo Industrial de Guamaré. Trabalhadores das plataformas também devem se incorporar ao movimento suspendendo a emissão de permissões de trabalho.Na capital potiguar, a população já sente a falta de combustível e gás de cozinha. Há protestos marcados para outras capitais do país.
Se a greve dos caminhoneiros teve força para paralisar o transporte de combustíveis pelas estradas, a paralisação dos petroleiros influencia o ritmo de produção dos combustíveis. A greve de três dias é apenas uma advertência, mas pode se estender e, dependendo da resposta do Governo, os petroleiros também podem radicalizar.
Seis centrais sindicais brasileiras emitiram nota conjunta, nesta terça-feira, 29, em apoio à greve da categoria petroleira.
Em um dos seus principais trechos da nota, as centrais afirmam que “as reivindicações dos petroleiros são justas e apontam para a necessidade de proteger a Petrobras da especulação financeira e da venda para multinacionais”.
Confira a nota na íntegra.
Apoio aos petroleiros, fortalecimento da democracia e do movimento sindical
As Centrais Sindicais (CTB, CSB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT) vêm a público manifestar todo seu apoio e solidariedade à greve dos trabalhadores petroleiros, prevista para durar 72 horas a partir de amanhã.
Entendemos que as reivindicações dos petroleiros são justas e apontam para a necessidade de protegermos a Petrobras da especulação financeira e da venda para multinacionais.
A Petrobras é uma das mais importantes empresas dos brasileiros, com um incomensurável papel na economia do país, considerando-se tanto na área de investimentos como no processo de valor dos combustíveis. É importante proteger e desenvolver o papel estratégico das empresas públicas (Petrobras, sistema Eletrobras e bancos públicos, entre outros) para a promoção dos desenvolvimentos econômico e social.
Ressaltamos que o governo federal demonstrou durante a greve dos caminhoneiros inabilidade política, insensibilidade social e incapacidade de realizar uma negociação adequada, como o momento exigia.
O impasse da greve dos caminhoneiros e a sua duração são claros resultados da política de desmonte do movimento sindical, implantada e incentivada pelo governo federal. Reflexo da nefasta reforma trabalhista, o desmonte sindical levou ao impasse e à perda de credibilidade na negociação, visto que o governo buscou, de forma atrapalhada, uma negociação fragmentada.
Ao fomentar a negociação individual e fragmentada – cada estrada tinha uma liderança –, o governo sofreu os danos de não encontrar, no outro lado da mesa de negociação, entidades fortes, representativas e com lideranças centralizadas para negociar as verdadeiras demandas da categoria.
A história tem revelado a importância de entidades sindicais fortes e representativas como fator de equilíbrio e bom senso nas negociações em todas as partes do mundo.
Diante do sensível momento que o país vivencia, as Centrais Sindicais, visando o diálogo construtivo, irão apresentar, no próximo dia 6 de junho, às 10 horas, no Sindicato dos Químicos de São Paulo (Rua Tamandaré, 348) uma Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, com uma pauta voltada para os interesses da sociedade, que será debatida durante o processo eleitoral, onde as mudanças de rumo se darão por meio de eleições democráticas.
As Centrais Sindicais, legítimas representantes dos trabalhadores, têm propostas que visam um país com crescimento da economia, dos empregos e de renda para todos, além do fortalecimento das entidades sindicais visando negociações equilibradas, o fortalecimento e a ampliação de políticas sociais, em prol da eliminação da desigualdade social e da renda.
Adilson Araújo – Presidente da CTB
Antonio Neto – Presidente da CSB
Vagner Freitas – Presidente da CUT
Paulo Pereira da Silva – Paulinho da Força, Presidente da Força Sindical
José Calixto Ramos – Presidente da Nova Central
Ricardo Patah – Presidente da UGT
Confira a agenda de atos públicos da paralisação dos petroleiros nesta quarta-feira (30)
AMERICANA/SP
17h30, Praça Comendador Muller
ARACAJU/SE
6h, em frente a sede da Petrobras na Rua Acre, 2504
BELO HORIZONTE/MG
Hoje, 29, Ato na Praça Sete
BRASÍLIA
16h, no Gramado em frente a Rodoviária
CAMPINAS/SP
16h, Largo do Rosário
FLORIANÓPOLIS/SC
Hoje, 29, 17h, Panfletagem no TICEN
FLORIANÓPOLIS/SC
15h, Largo da Catedral
GOIANIA
17h, Protesto na BR 153 no Posto Capim Dourado ao lado do Estádio Serra Dourada
PERUIBE/SP
17h30, no Terminal Rodoviário
PIRACICABA/SP
16h, Praça do Terminal Central
NATAL/RN
6h, Ato na Base da Petrobras na Rua Euzébio Rocha, 1000
RIO DE JANEIRO/RJ
Hoje, 29, 18h, Plenária Unificada no Auditório da CUT-Rio
SALVADOR/BA
Hoje, 29, Plenária de Organização às 16h no Sindicato dos Comerciários
SAO PAULO/SP
18h, em frente a Petrobras na Avenida Paulista, 901
TERESINA/PI
8h, Concentração em frente à AGESPISA e Passeata
Fonte: Agência Saiba Mais