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ADURN-Sindicato
Publicado em 15 de outubro de 2018 às 08h48min
Tag(s): Nota
O movimento docente foi forjado, no final dos anos 70, na resistência à ditadura militar e na defesa da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade.
Lamentavelmente, quatro décadas depois, vemos ressurgir o pensamento autoritário, que exalta a barbárie da tortura, expressa abertamente posições racistas, misóginas e homofóbicas, e defende o medo como estratégia e o ódio como projeto.
Afirma-se que “o regime militar falhou porque prendeu e torturou, mas não matou uns trinta mil”; que quilombola “é vagabundo e vai ter que trabalhar – todos lá (nos quilombos) têm mais de sete arrobas e não servem nem para procriar”; que “japonês não pede esmola porque é uma raça que tem vergonha na cara”; que “não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena”; que há mulheres que “não vale a pena estuprar” e que “devem ganhar menos que homens porque engravidam”; que “filho morto é melhor que herdeiro gay”; que o Estatuto da Criança e do Adolescente “deve ser rasgado e jogado na latrina”, reduzindo-se a maioridade penal; que “vamos acabar com todo e qualquer ativismo”, o que significa perseguir e eliminar movimentos sociais e sindicais; nessa lógica e para resolver os conflitos que venham a surgir, “todo mundo deve ter uma arma em casa”.
São esses mesmos que defendem, para o futuro do Brasil, um Estado mínimo, em que os impostos sobre os ricos sejam menores do que hoje são; em que os serviços essenciais públicos como saúde e educação venham a ser ainda mais reduzidos; em que sejam privatizadas empresas estratégicas, ligadas ao setor bancário, à exploração do petróleo e derivados, à produção e à distribuição de energia – dentre outros. Nesse modelo, explicita-se com clareza que Universidades e Institutos Federais terão seus orçamentos reduzidos e dependerão da cobrança de mensalidades de estudantes para funcionar; ciência, tecnologia, e produção de conhecimento crítico não vão ter espaço em um País que proíba o contraditório, o debate, e a pluralidade de ideias, a serem restringidos pelo que vem sendo chamado de “Escola sem Partido” e é, na verdade, a “Escola com Mordaça”.
Esse é um projeto sombrio que não serve ao Brasil e que só pode ser levado adiante com o uso da força, para subjugar os milhões de brasileiros que almejam um futuro mais justo. Só uma ditadura brutal será capaz de calar os anseios por um País menos desigual e mais solidário.
Em vista desta dramática situação, o PROIFES indica a todos os seus sindicatos federados que articulem movimentos contra o autoritarismo, contra a perda de direitos, e vem levantar sua voz, reafirmando, coerentemente com a tradição de luta da nossa Federação e de seus professores, em todo o Brasil, seu inarredável compromisso com a defesa da liberdade e da democracia:
DITADURA NUNCA MAIS!
Brasília, 13 de outubro de 2018
PROIFES-Federação