Andifes debate internacionalização universitária

Publicado em 24 de setembro de 2009 às 13h27min

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A Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) promoveu, por meio da Comissão de Relações Internacionais (Cria) nos dias 17 e 18 de setembro, o primeiro módulo do 2º Curso de Gestão da Internacionalização Universitária.
O presidente da Andifes reitor Alan Barbiero (UFT) participou da sessão de abertura do evento e da primeira mesa-redonda, sobre "Internacionalização das Ifes", com a palestra "Importância da definição de políticas de internacionalização para as Ifes".
A programação do evento trouxe palestras sobre as políticas, estratégias e perspectivas para internacionalização dos cursos de graduação e de pós-graduação, as relações internacionais contemporâneas e a globalização e a importância de definir políticas públicas para a área.
Representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Ministério da Educação proferiram palestras para a audiência de 50 participantes, entre eles assessores de relações internacionais, professores envolvidos nos projetos de cooperação e servidores das assessorias, que pelo segundo ano participam do curso de capacitação.
Durante a sessão de abertura do curso, o presidente da Andifes afirmou que é um desafio para as universidades se projetarem no cenário internacional e ao mesmo tempo responderem demandas locais e nacionais. "Passamos por um momento de articulação entre o global e o local. A globalização fortalece alguns valores globais mas também reforça as identidades locais", destacou o reitor Alan. Em sua palestra, ele apresentou os principais pontos da proposta política aprovada pelo Conselho Plano da Associação sobre "Internacionalização das atividades acadêmicas das Instituições Federais do Ensino Superior".
Debates
A importância da profissionalização das assessorias de relações internacionais nas universidades foi um dos temas em destaque. O coordenador de relações internacionais do MEC Leonardo Rosa defendeu que a profissionalização é fundamental: "Não basta ter mais pessoal se não há aumento da valorização dentro da própria universidade; não basta só capacitação".
O assessor de relações internacionais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Areolino de Almeida concordou: "A profissionalização das assessorias é algo extremamente complicado, pois não depende só de uma legislação e de uma instituição, depende de uma cultura diferente". De acordo com ele, passa por aí a importância do curso da Cria/Andifes, que abre o debate e capacita o pessoal.
Outras dificuldades práticas do dia-a-dia das assessorias foram abordadas no curso, como a criação de centros de idiomas, a recepção de alunos estrangeiros e o financiamento das iniciativas de internacionalização. O reitor Carlos Alexandre Netto destacou algumas de suas preocupações, como o reconhecimento e aproveitamento de créditos efetuados no exterior, as taxas acadêmicas, a acreditação, a infra-estrutura de acolhimento de alunos estrangeiros nas Ifes brasileiras e o suporte financeiro aos intercambistas.
Avaliações
O presidente da Cria reitor Carlos Alexandre Netto afirmou que o curso é uma forma de nivelar o processo de internacionalizaçao das universidades. "É um grupo muito heterogêneo. Aqui estão universidades já muito avançadas neste processo e outras ainda no começo", destacou.
O assessor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) José Carlos Debeux afirma que já houve evolução na política de internacionalização das Ifes e que o curso do ano anterior o ajudou muito.
Segundo José Carlos, ano passado ele ouviu a idéia de tornar o site da universidade bilíngüe e levou para a UFRPE, que hoje tem um portal em português e francês. Este ano, ele levará a proposta de estabelecer parcerias com a fundação estadual de apoio à pesquisa, experiência já em curso na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O assessor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Carlos Siqueira afirmou que a programação contribuiu com temas interessantes, como a institucionalização da cooperação e a busca por fontes de financiamento. Além disto, ele ressaltou a troca de experiências proporcionada pelo curso.
A coordenadora do evento, Liane Hentschke acredita que o curso mostrou uma demanda crescente por capacitação das assessorias de relações internacionais para enfrentar os desafios da expansão e da internacionalização das universidades.
A integrante da Comissão Organizadora do evento Ofir Bergemann afirmou que o curso cumpriu o objetivo e destacou que os participantes terão que entregar um trabalho ao final.
Os participantes estão distribuídos em seis grupos, que abordarão os seguintes temas: "recepção de estrangeiros em Ifes brasileiras", "candidatura e preparação de estudantes", "gerência de consórcios", "aproveitamento de créditos e revalidação de diplomas", "legislação referente à mobilidade internacional" e "sites e bancos de dados dos setores de relações internacionais".
O segundo módulo do curso será realizado nos dias 8 e 9 de outubro e o terceiro nos dias 12 e 13 de novembro.

SBPC - http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=66196
 

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