A votação estará disponível na segunda-feira, 22/11, às 08h.
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ADURN-Sindicato
Publicado em 06 de fevereiro de 2019 às 11h20min
Tag(s): Opinião
Por José Audisio Costa
Diretor da ADUFEPE - Associação dos Docentes da UFPE
A Universidade Federal de Pernambuco está entre as onze Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) cujos reitores serão nomeados pelo atual governo neste ano. Para tanto, o MEC, no final do ano passado, publicou uma Nota Técnica definindo as novas regras que devem nortear (ou desnortear) o processo de escolha de reitores pelas IFES.
Na atual conjuntura de perda de direitos em que nos encontramos, a Nota retira a liberdade de nossa comunidade escolher, de forma democrática, seu próximo dirigente, desrespeitando a autonomia universitária - princípio garantido na Constituição Cidadã de 1988. Agora, é exigido um mínimo de 70% de participação docente e de 15% de estudantes e servidores técnicos administrativos, com proibição de segundo turno.
Desta forma, a grande conquista que tínhamos da votação paritária na consulta à comunidade fica cassada. Além disso, o eleito poderá não ter a votação da maioria dos que fazem a Universidade, uma vez que foi proibida a votação em segundo turno.
Na eleição passada para reitor, a efervescência de debates e opiniões na UFPE sobre a universidade era ampla, com vários grupos apresentando candidatos(as) e debatendo suas diferentes ideias e concepções de universidade. Uma festa democrática. O que teremos agora?
O mais votado não terá a garantia de ser o indicado pelo presidente, como acontecia no período de 2002 ao início de 2016. Assim foi no Instituto de Educação para Surdos (INES), cujo indicado foi aquele que não obteve a maioria dos votos, mesmo a eleição tendo sido realizada antes da publicação da Nota Técnica e havido um acordo interno na Instituição de que todos acatariam a decisão da maioria da comunidade. Também na Universidade do Triângulo Mineiro (UFTM) o resultado da consulta à comunidade universitária não foi reconhecido: o governo indicou o segundo colocado.
Resta-nos, como defensores da universidade pública, gratuita, de qualidade, democrática, com autonomia didática e científica, construir a unidade de todos que defendem esta ideia. Para que, neste processo, seja indicado para dirigir a UFPE quem realmente represente os reais interesses da Instituição é preciso que este seja o escolhido pela comunidade universitária. Somos professores criativos, formadores de profissionais, construtores de conhecimento e temos este desafio a ser superado, em um curto espaço de tempo. Vamos à luta, em defesa da Universidade Pública. Viva a UFPE!