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Publicado em 02 de julho de 2019 às 11h42min
Tag(s): Mobilização
Os profissionais da educação de todo o país deverão paralisar as atividades em 13 de agosto contra os retrocessos das políticas do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Entre elas, a “reforma” da Previdência, os cortes orçamentários no setor e os ataques à democracia. A agenda é uma das deliberações da 9ª Conferência Nacional de Educação Paulo Freire – Educação Libertária e Democrática: construindo o movimento pedagógico Latino-Americano, realizada neste final de semana em Curitiba. O evento foi promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Inspirados no pensamento do pedagogo brasileiro Paulo Freire (1921-1997) – “Enquanto eu luto, sou movido pela esperança. E se eu lutar com esperança, posso esperar”, representantes de educadores das escolas públicas estaduais, distrital e municipais reafirmaram sua luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade para todos.
De acordo com dados do IBGE divulgados há 10 dias, 7,5% dos brasileiros com 15 anos ou mais não sabem ler e escrever. E cerca de 25% são analfabetos funcionais. Isto é, sabem escrever e ler algumas frases curtas, mas são incapazes de interpretar textos e fazer contas. Entre os jovens de 15 a 29 anos, 22% não estudam e nem trabalham.
Entre as principais deliberações do encontro em Curitiba estão a luta incessante e pelo restabelecimento da democracia em nosso país, situação que requer a independência entre os Poderes, o respeito às instituições e o compromisso destas para com o povo brasileiro, a realização de eleições limpas e sem a predominância do poder econômico e das notícias falsas (fake news), além da liberdade imediata do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os trabalhadores reivindicam ainda a revogação da Emenda 95, que congela o orçamento da União por duas décadas e que também suspendeu por igual período a vinculação constitucional de impostos do governo federal para a educação e a saúde. E a defesa de todas as garantias e direitos previstos na Constituição de 1988, contrapondo as “políticas neoliberais privatistas e reducionistas do atual governo”.
Confira a íntegra do manifesto:
Manifesto da 9ª Conferência Nacional de Educação Paulo Freire – Educação Libertária e Democrática: construindo o movimento pedagógico Latino-Americano
“Enquanto eu luto, sou movido pela esperança; e se eu lutar com esperança, posso esperar”. Paulo Freire
Os/As trabalhadores/as em educação das escolas públicas estaduais, distrital e municipais do Brasil, reunidos em Curitiba/PR, nos dias 26 a 28 de junho de 2019, durante a 9ª Conferência Nacional de Educação Paulo Freire da CNTE – Educação libertária e democrática: construindo o movimento pedagógico latino-americano, registram sua defesa inabalável por uma educação pública, gratuita, laica, plural, integral e de qualidade socialmente referenciada. Entendemos que na qualidade de direito subjetivo de todo/a brasileiro/a, seja em idade obrigatória de acesso à educação, seja entre os/as jovens e adultos que não completaram a educação básica – e a Pnad/IBGE 2019 estima em 7,5% o percentual de brasileiros/as acima de 15 anos de idade analfabetos literais e cerca de 25% os analfabetos funcionais, sendo que 22% dos jovens entre 15 e 29 anos não estudam nem trabalham –, somente através da educação e do trabalho digno será possível garantir a emancipação das mulheres e homens na construção de uma sociedade justa e igualitária que todos/as almejamos. Também compreendemos, diante desse momento dramático da democracia de nosso país, onde o obscurantismo cultural e a prevalência do capital sobre os bens públicos predominam em detrimento do bem estar da ampla maioria da sociedade, e Considerando:
Curitiba-PR, 28 de junho de 2019 9ª Conferência Nacional de Educação “Paulo Freire” da CNTE
Fonte: Rede Brasil Atual