Movimento sindical docente, as IFES e os desafios da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil

Publicado em 06 de agosto de 2019 às 08h50min

Tag(s): Encontro Nacional



A sociedade moderna é produto e produtora de avanços científicos e tecnológicos diversos, e o movimento sindical, especialmente o movimento docente de universidades e institutos federais, se relaciona diretamente com o tema, pois as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) são de longe os maiores produtores de ciência, tecnologia e inovação no Brasil.

A relação entre IFES e avanços científicos foi tratada na mesa Movimento Sindical e a Ciência, Tecnologia e inovação, no último dia do XV Encontro Nacional do PROIFES-Federação, que se realizou em Belém (PA), do dia 1 até este domingo, 4. A mesa foi coordenada pelos professores Humberto Lourenção (ADAFA) e Socorro Coelho do SINDPROIFES-PA.

Enio Pontes de Deus (UFC), diretor de Ciência e Tecnologia do PROIFES-Federação, abriu os debates com a apresentação de dois textos sobre as universidades públicas como pilar da ciência e a pactuação de um novo modelo de fomento para a pesquisa. “A universidade é o pilar que impulsiona o conhecimento e transforma a nossa realidade”.

Já Pedro Alves D`Azevedo (UFCSPA) fez uma reflexão para onde caminhamos com o desmonte do sistema de CT&I. “A ciência tem sofrido diversos ataques com cortes orçamentários e isso só tem piorado neste governo, o que é muito grave. Sem professores e pesquisadores não há ciência, temos que salvá-la! ”.

O papel da mídia na informação sindical e mobilização de professores foi ressaltado por Edna Jesus (ADUFG), que alertou: “Na minha época, o sindicato era um espaço de formação, aprendi demais nesses locais de luta. Hoje eu sinto que por mais que os sindicatos se esforcem, eles não conseguem atrair os professores jovens. Será que estes professores têm noção do que está acontecendo? Eles sabem que a nossa carreira está acabando?”.

A presença das mulheres nos variados níveis da ciência e tecnologia foi o tema do texto por Rodrigo Elias Bianchi (ADUFScar), que ressaltou dados que destacam que a maior parte dos alunos de graduação no país hoje é mulher. “Hoje temos 49% de mulheres cientistas, mas temos que aumentar a participação delas em especial nos cursos de química, engenharia e física.”

Daniel Christino (ADUFG), por sua vez, explorou os elementos para discussão sobre ciência, tecnologia e inovação. “Nosso modelo institucional de fazer ciência no Brasil está centrado nas universidades.Todo mundo faz ciência, mas nem todo mundo entendeu o nascimento dela. Não vamos ter inovação sem resolver os problemas cotidianos da população".

Professor João Augusto (APUB) pontuou sobre como a Educação pode nos livrar do fascismo e do atraso. Baseado em um trabalho do Humberto Eco, o docente assinou um poema e ressaltou que a “democracia é quando todas as pessoas são valorizadas em uma sociedade. E quem constrói ela é a escola”.

Encerrando as apresentações, José Edeson de Melo Siqueira (ADUFEPE) nos mostrou os desafios para a educação científica. “Uma revolução científica só será possível quando a ciência ocupar o espaço da Educação Básica, pois ela modifica as desigualdades. A sala de aula precisa ser um espaço de criação”.

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