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Publicado em 27 de agosto de 2019 às 21h10min
Tag(s): Assembleia
Elaborada sem consulta às instituições federais de ensino superior e apresentada num contexto em que as universidades federais se encontram ameaçadas pelo estrangulamento financeiro, com corte de 30% dos recursos, a minuta de projeto que trata do Future-se foi rejeitada por unanimidade pelos docentes da UFRN. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta terça-feira, 27, no auditório do Centro de Educação, campus central.
Presente à discussão, o professor da UFRGS, Eduardo Rolim, diretor do PROIFES-Federação, fez uma explanação dos aspectos do programa proposto pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), por meio de seu ministro da Educação, Abraham Weintraub. Para o professor, o projeto é muito ruim do ponto de vista da estrutura da universidade, “porque faz com que ela passe a atender a apenas interesses de certos grupos empresariais”.
“O projeto Future-se, que o governo federal apresenta ainda de uma maneira nada clara, sem grandes definições, traz para as universidades grandes prejuízos, principalmente no que tange a autonomia das universidades. O governo tenta vender a ideia de que está dando autonomia às universidades quando na verdade ele está impondo já que para aderir a um programa que aparentemente traz mais recursos as universidades têm que aderir a uma forma de gestão privada, dirigida por uma organização social que vai, na prática, retirar todo o controle sob todos os processos da universidade, inclusive os acadêmicos, passando por gestão pessoal e patrimonial”, avaliou Rolim.
A professora do departamento de engenharia química, Katia Nicolau Matsui, chamou atenção para as dúvidas suscitadas por passagens que se apresentam imprecisas, vagas e confusas no projeto e lembrou que “estamos numa universidade e que, portanto, qualquer que seja o projeto é preciso contemplar a todos e, principalmente, resguardar a nossa autonomia, nossa soberania e a educação pública e de qualidade”.
Ao final do debate, os professores aprovaram, ainda, a requisição de convocação imediata de um CONSUNI extraordinário aberto, com pauta única, para debater e deliberar sobre o Future-se.