Como foi o 8 de março no único Estado governado por uma mulher no Brasil

Publicado em 09 de março de 2020 às 09h21min

Tag(s): Democracia



O ADURN-Sindicato participa de protestos por direitos e pela vida

O ADURN-Sindicato participa de protestos por direitos e pela vida

Com o entendimento que a luta por uma vida digna para as mulheres passa pelo compromisso em defesa da democracia, os protestos que ganharam as ruas da capital potiguar neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, abriram o calendário de ações deste mês. As críticas às políticas do presidente Jair Bolsonaro foi o mote do ato convocado pela Frente Brasil Popular, em Natal, “Mulheres em resistência: pela vida e por direitos”.

O retrocesso nas políticas necessárias ao enfrentamento à violência de gênero foi alvo de críticas pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra:

“O que nós estamos vendo em plano nacional é o imenso retrocesso. De janeiro para cá o governo federal retirou todos os recursos que eram destinados às políticas de enfrentamento à violência.”

O atendimento às mulheres em situação de violência não é prioridade do governo de Jair Bolsonaro. Desde que assumiu, o presidente vem encolhendo a verba que repassa para a secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, órgão do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O orçamento, que já foi de R$ 119 milhões, foi reduzido para R$ 5,3 milhões.

Feminicídio

No quinto país que mais mata mulheres no mundo, a atividade marcou também o enfrentamento à violência que destrói vidas, famílias e compromete o presente e o futuro de várias gerações. Com faixas e cartazes, as mulheres estamparam os números que colocam o enfrentamento à violência contra a mulher como uma das principais questões a serem consideradas na elaboração de políticas públicas, sobretudo as de proteção social.

O feminicídio pontua como um dos maiores índices de violência. O Brasil registra um caso de agressão à mulher a cada 4 minutos. A cada 8 horas uma delas é morta. Uma em cada 4 mulheres passou por algum tipo de violência. Oito em cada, sofreram violência por algum conhecido. Em três anos, 3.200 mulheres foram vítimas de feminicídio no país.

Na região Nordeste, o tema da violência doméstica atinge mais de 27% das mulheres entre 15 e 49 anos. Só no Rio Grande do Norte, entre 2015 e 2019, aconteceram 539 assassinatos de mulheres. Mais de 26% desses crimes têm relação com a violência doméstica ou de gênero, ou seja, são caracterizados como feminicídio.

Na condição de única mulher eleita governadora, Fátima aproveitou para anunciar, em primeira mão, um programa integrado do Consórcio Nordeste com foco na garantia do cumprimento das medidas protetivas, além da urgência na discussão e no enfrentamento ao descumprimento de ordem judicial. A proposta elaborada pelo Rio Grande do Norte foi apresentada aos governadores dos nove estados do Nordeste.

ADURN Sindicato
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