Docentes da UFRN aderem à greve do dia 18 de março

Publicado em 11 de março de 2020 às 19h02min

Tag(s): Greve



Com expressiva participação, os professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) deliberaram por aderir à greve nacional do dia 18 de março. A decisão aconteceu em plebiscito realizado entre os dias 9 e 11 de março, através de sistema eletrônico. Foram 473 (91%) votos a favor e apenas 33 (6%) contra a deflagração da greve. Doze professores se abstiveram.

O movimento é nacional, integra a agenda das principais centrais sindicais, com apoio da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, e marcará um período de mobilizações e protestos aos ataques à democracia e contra a ideia, amplamente disseminada pelo governo de Jair Bolsonaro de que os direitos previstos na Constituição não cabem no orçamento e, portanto, precisam ser revistos.

O movimento unificado, inicialmente convocado pelas maiores entidades estudantis e sindicais do País, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em defesa da Educação Pública, deve receber a participação de diversos setores da sociedade e já tem desdobramentos em vários estados e capitais pelo País.

A união dos vários segmentos da sociedade é uma resposta não apenas à política de encolhimento do orçamento para a Educação, em especial do Ensino Superior, e ao desmantelamento do serviço público, mas ao presidente Jair Bolsonaro que compartilhou vídeos de apoio a ato contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, instituições que formam os pilares da democracia, e uma cobrança por Justiça no caso do assassinato de Marielle.

"A nossa responsabilidade neste momento não é pequena. Depende do nosso poder de mobilização a construção de um amplo movimento de resistência”, avalia o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte.

O dirigente chamou atenção, ainda, para a representatividade e a legitimidade do processo de consulta, que permitiu o posicionamento de um número expressivo dos docentes. "O resultado do plebiscito é, antes de tudo, a consolidação de uma forma democrática de consultar os professores e de reforçar o papel das assembleias na medida em que ela inicia o debate, cabendo à Direção do Sindicato dialogar com toda a categoria”, afirmou.

O indicativo de greve foi levado pela diretoria à Assembleia na última segunda-feira (9) e aprovado. Dos 120 professores que participaram, apenas um se absteve e o restante votou favorável. Imediatamente o plebiscito foi iniciado eletrônicamente. Isso porque, pelo Estatuto da entidade, a decisão sobre a realização de greve só pode ser feita em plebiscito.

Para Wellington, “a vitória do SIM com expressiva maioria reafirma a posição da nossa Diretoria em fazer parte dessa grande Mobilização em defesa da Educação, dos Direitos e da Democracia. Caberá ao Sindicato e aos professores mobilizarem a UFRN para que a Greve seja, antes de tudo, um ato em defesa do futuro da UFRN e daqueles que a constroem”.

Participaram os professores sindicalizados e não sindicalizados. Ao todo são 2.388 aptos a votar.

Unidade

Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, as entidades que representam a comunidade acadêmica, os estudantes (DCE), os professores (ADURN-Sindicato), técnicos administrativos (SINTEST) e servidores técnicos com nível superior (ATENS-UFRN), unificaram a agenda de atividades até a realização da greve geral marcada para o próximo dia 18 de março. No dia 16, realizam uma plenária unificada no auditório do Instituto Ágora, às 14h30.

Confira o calendário.

ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]