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ADURN-Sindicato
Publicado em 13 de março de 2020 às 21h36min
Tag(s): Greve Coronavírus
Constatado pela Organização Mundial de Saúde que o Coronavírus é uma pandemia e que, portanto, não há fronteiras para a sua disseminação, as entidades representativas da comunidade acadêmica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ADURN-Sindicato, Atens/UFRN, Sintest/RN e DCE José Silton Pinheiro) e mais a coordenação estadual da União Nacional dos Estudantes (UNE), responsáveis pela organização de uma plenária no dia 16 de março e de um ato político cultural na manhã do próximo dia 18, decidiram conjuntamente pela manutenção da greve e suspensão das atividades. A decisão segue as recomendações do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte de evitar aglomerações.
A greve integra a agenda das centrais sindicais, com o apoio da Frente Brasil Popular-RN, e marca o início de um período de mobilizações e protestos aos ataques à democracia e contra a ideia, amplamente disseminada pelo governo Jair Bolsonaro, de que os direitos previstos na Constituição não cabem no orçamento e, portanto, precisam ser revistos.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte vai manter a paralisação das atividade no dia 18 de março. Estudantes, professores e servidores técnicos já haviam decidido em assembleias aderir ao movimento nacional em defesa das universidades. Um setor que historicamente reage a qualquer tentativa de corte orçamentário ou a políticas que violem sua autonomia e a gratuidade do ensino, que é a marca da educação superior no Brasil. Além de de ser o espaço responsável por 95% da pesquisa científica no Brasil, essencial no combate à pandemia do COVID-19.
Reivindicamos, contudo, que sejam suspensas no Congresso Nacional a Emenda Constitucional 95, que engessa o orçamento e impede a ampliação de investimentos na saúde nesse momento de crise, bem como as discussões das propostas de Emenda à Constituição e de reforma administrativa, que desmontam o Estado brasileiro, precariza as condições de trabalho dos servidores e fragiliza o serviço público quando o país precisa de mais Estado para garantir o sistema único de saúde, responsável pela assistência médica de três quartos da população brasileira.
No Brasil, apenas 25% da população tem convênio médico e, portanto, acesso à rede privada. Os demais dependem exclusivamente da rede pública e o sistema único hoje sofre com a aplicação da emenda de teto de gastos que impossibilita o Estado brasileiro de gastar com saúde além dos valores aplicados no ano anterior.
O momento é de pausa nas ruas, mas não na luta.
ADURN-Sindicato
Atens/UFRN
DCE José Silton Pinheiro
Sintest/RN
UNE