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Publicado em 17 de junho de 2020 às 15h41min
Tag(s): Cultura
Já pensou em poder compartilhar uma experiência que é tão individual como a leitura? Em Natal, a escritora Clotilde Tavares teve essa ideia. “Reunir pessoas que gostam de ler para debater romances contemporâneos.” O clube de leitura coordenado por essa paraibana dramaturga, cronista e pesquisadora, se soma a diversas outras experiências em todo o mundo de juntar pessoas para discutir ficção, ou seja, uma saída que a realidade muitas vezes não nos permite.
Todo mês, uma média de 15 pessoas se reúne para trocar opiniões e impressões de obras sem qualquer recorte de nacionalidade e gênero, mas que tenham sido publicadas de 1980 até os dias atuais, com um número de páginas compatível com o prazo de 30 dias para a leitura.
“A cada sessão, eu indico quatro obras e os participantes escolhem uma delas para ler no mês a seguir e discutir na próxima reunião”, explica Clotilde.
O encontro acontece sempre às primeiras sextas-feiras de cada mês, às 17h, e não tem custo para os participantes. O espaço no auditório do Hospital do Coração, na rua Auris Coelho, em Nova Descoberta, é cedido por um dos diretores da instituição e amigo de Clotilde Tavares, seu colega de turma no curso de medicina, o pneumologista Elmano Marques.
Sim, Clotilde graduou-se em Medicina em 1975, mas o teatro, a literatura e os estudos sobre cultura popular sempre ocuparam lugar de destaque na sua vida. A partir de 1993 passou a se dedicar exclusivamente às atividades artísticas e intelectuais, lecionando no departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A última vez que o grupo se reuniu presencialmente foi no dia 6 de março, quando o grupo completou dois anos de existência. “Para participar, é só chegar lá. Ninguém é obrigado a ler, ou a discutir. A presença de qualquer leitor é bem-vinda, e temos participantes dos 15 aos 70 anos”, pontua Tavares.
Acontece que o período sem precedentes que vivemos, que tem exigido um esforço da sociedade e poder público para manter o distanciamento e diminuir o contágio pelo novo coronavírus, apresentou ao grupo de leitura a necessidade de adaptação. As trocas de experiências acontecem agora de forma remota e para um grupo fechado. O último debate aconteceu virtualmente no dia 20 de maio. A próxima discussão acontece nesta quarta-feira (17), a partir das 16h.
Para a escritora, o momento não permite traçar planos futuros, mas viver o presente, o agora. “Quando acabar a pandemia eu não sei que formato terá o Clube de Leitura”, afirma.
De Repente a Vida Acaba
Autora de diversas obras, entre as quais “Natal a Noiva do Sol” e “A Botija”, o mais recente livro de Clotilde é um romance, “De Repente a Vida Acaba”. A narrativa conduz o leitor diretamente às questões das personagens principais: Maria Eulina, aposentada, vivendo na época atual, e Aline, sua amiga do passado, com quem dialoga através de um texto deixado pela última.
As questões das escolhas femininas – a mulher reprimida, a dificuldade de lidar com o destino traçado pelos pais, a liberdade conquistada e o que fazer com ela, o casamente e o aborto, a doença e os filhos, os ciúmes e as paixões, o sexo e o desejo, as farras e as bebedeiras, tudo isso é tratado com uma coloquialidade por vezes até teatral e que ganha ritmo e velocidade enquanto se desenvolve a leitura. Humor, ironia, um pé na realidade e outro na ficção – este romance promete fazer o leitor pensar, seja ele homem ou mulher, através da identificação com personagens e situações que são, ao final, profundamente humanas.