Fortalecimento de uma frente ampla em defesa da educação marca ato virtual realizado nesta quinta (17)

Publicado em 18 de setembro de 2020 às 14h39min

Tag(s): Defesa da Educação Pública



“Uma grande vitória será dada no futuro com a nossa resistência”, foi com essa frase que o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, concluiu sua fala no ato virtual em defesa de um orçamento justo para educação em 2021, realizado na noite da última quinta-feira, 17.

A frase do dirigente expressa a confiança de que com uma frente ampla em defesa da pauta da educação - tal qual aconteceu com o Fundeb - juntos: entidades, parlamentares e sociedade civil organizada, podem barrar os ataques do governo Bolsonaro à área.

E foi com o objetivo de fazer esse enfrentamento que o PROIFES-Federação se somou à dezesseis Frentes Parlamentares do Congresso Nacional e a outras 70 entidades no ato virtual desta quinta-feira.

Centenas de pessoas acompanharam a transmissão do evento que está inserido na programação da Semana Freireana, em comemoração ao 99º aniversário do filósofo e educador Paulo Freire. Durante o ato virtual as entidades alertaram para as consequências dos cortes de recursos da educação em geral e das universidades e institutos federais.

“A perspectiva de corte de R$1.882 bilhão no orçamento das chamadas despesas discricionárias para a educação, que envolvem o custeio e os investimentos, chama a atenção, sobretudo em um momento como o atual. (...) não há espaço para a abertura de novas bolsas e os recursos de fomento, fundamentais para a estruturação das pesquisas, seguem em vertiginosa queda”, afirmam as entidades em manifesto lido no início do evento.

“A expectativa é muito grande para que a partir deste ato, junto com os parlamentares que aqui organizam, nós consigamos reverter de fato esse ataque sistemático às universidades”, afirmou o presidente do PROIFES-Federação, Nilton Brandão.

Em sua fala, Brandão lembrou que defender a educação neste momento não envolve só a questão do orçamento, “não há dúvida nenhuma de que a Reforma Administrativa representa um ataque violento à carreira docente e a possibilidade de o serviço público ser prestado com qualidade. Além disso, o ataque sistemático à autonomia das universidades precisa ser enfrentado”, disse.

Frente a essa situação, Lúcio Vieira, Presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ADUFRGS) aproveitou a oportunidade para fazer uma denúncia sobre o momento que a UFRGS está passando. No último dia 15, a comunidade acadêmica da instituição foi surpreendida pela nomeação do terceiro colocado na lista tríplice para reitor. “Estamos vivendo aqui na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, uma das mais importantes universidades deste país, um momento extremamente grave. A Democracia foi agredida, a nossa comunidade foi desrespeitada”, afirmou o dirigente.

Para Lúcio Vieira, “não é simplesmente um ato de direito nomear um dos três da lista, mas é uma agressão, pois procura efetivamente acirrar os ânimos, procura manter a instabilidade e está dentro desse grande quadro de política que esse governo tem feito contra a educação”, denunciou o presidente da ADUFRGS. A presidenta do APUB-Sindicato, Raquel Nery, apresentou sua solidariedade aos companheiros e companheiras do Rio Grande do Sul. “A defesa da universidade tem se confundido com a defesa da Democracia”, disse Raquel.

A dirigente destacou que as instituições federais brasileiras entregam a melhor educação superior ao Brasil, 90% da ciência que é produzida no país e que, além disso, também tem trabalhado na manutenção e aperfeiçoamento da cultura democrática. “A gente tem falado muito em ciência e tecnologia, mas vamos lembrar também das humanidades, como esse setor tem sido atacado de maneira sistemática em várias frentes, que não apenas a frente orçamentária”, alertou a presidenta.

O presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, ressaltou que o governo nutre esse ódio contra a educação, pois se alimenta da ignorância e do obscurantismo. “É necessário chamar a atenção da população para essa política destruidora do governo federal, pois o encolhimento orçamentário da educação pública afeta o presente e o futuro da geração mais jovem e coloca uma grande interrogação sobre o futuro desse país. Na UFRN, o túnel do tempo reacionário, já nos devolveu ao ano de 2010”, disse.

Apesar dos constantes ataques do governo contra a educação, Wellington Duarte se mostrou otimista para reverter o quadro e saudou o evento, ressaltando que o ADURN-Sindicato se irmana na luta.

ADURN Sindicato
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