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Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 13h57min
Tag(s): Autonomia Universitária
A nomeação mais recente feita à revelia da votação da comunidade acadêmica foi na Unifei, a Universidade Federal de Itajubá, em Minas Gerais. Apesar da expressiva vitória da chapa 03 com 53,24% dos votos e composta pelos professores Marcel Fernando da Costa Parentoni (Reitor) e Rodrigo Silva Lima (Vice), foi nomeada a chapa 01, formada por Edson da Costa Bortoni (Reitor) e Antonio Carlos Ancelotti Junior (Vice), que teve 22,68% dos votos. O decreto com a nomeação foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta (10). Com essa, já são 20 as instituições federais de ensino cuja votação não é respeitada pelo presidente Bolsonaro.
Em suas redes sociais, Edson da Costa Bortoni se descreve, entre outras coisas, como pai, filho, marido, pastor, professor e servo de Deus. Também há denúncias de que Bortoni teria montado um dossiê contra os concorrentes classificados como “esquerdistas”.
Depois da nomeação de Bortoni pelo presidente Bolsonaro, o reitor eleito em primeiro lugar na votação da comunidade acadêmica, o professor Marcel Fernando da Costa Parentoni e seu vice, Rodrigo Silva Lima, escreveram uma carta aberta.
A decisão de hoje foi claramente tomada por questões ideológicas. Não há qualquer justificativa baseada em critérios técnicos, de competência ou de merecimento que sustente a opção por ignorar uma comunidade que expressou sua vontade de maneira tão profissional, clara e contundente. Chegaria a ser cômico se não fosse trágico: na UNIFEI, que a comunidade não votou por questões ideológicas, a questão ideológica foi inserida na última etapa do processo, justamente sob a bandeira do combate a questões ideológicas”, criticou Marcel Parentoni, reitor eleito, mas não empossado.
Até o momento já são 20 o número de instituições federais cujas votações foram desrespeitadas pelo presidente Bolsonaro através das nomeações. Entre elas, reitores de sete das instituições sequer participaram do processo eleitoral. Nesses casos, os reitores foram nomeados como “pro tempore”.
No Rio Grande do Norte, o Instituto Federal (IFRN) teve o professor Josué de Oliveira Moreira nomeado como “reitor pro tempore” em 20 de abril, através de uma portaria assinada pelo ministro da Educação Abraham Weintraub. Josué, que é bolsonarista filiado ao PSL e ex-candidato à prefeitura de Mossoró, sequer tinha participado do processo eleitoral que teve o professor Arnóbio eleito reitor em primeiro lugar com 48,25% dos votos.
Já na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) houve a elaboração da lista tríplice. Apesar da chapa do professor Rodrigo Codes ter vencido a votação com 37,55% dos votos, a nomeada foi a professora Ludimilla Oliveira com 18,33% dos votos. A nomeação ocorreu no mês de agosto durante passagem relâmpago de Bolsonaro por Mossoró.
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab)
Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)
Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN)
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ)
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)
Universidade Federal de Itajubá (Unifei)
Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN (Ufersa)
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/MG (UFVJM)
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
Fonte: Saiba Mais