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ADURN-Sindicato
Publicado em 08 de março de 2021 às 10h49min
Tag(s): 08 de Março
A ocupação feminina da esfera pública não se deu sem que batalhas políticas fossem travadas, e na semana em que o Brasil bateu novos recordes de mortes e contágios pela Covid-19, as mulheres, mais do que nunca, reafirmam o seu papel social e a sua força na luta pela vida.
Não bastassem os riscos a que todos nós estamos expostos e as limitações desenhadas por um cenário pandêmico, no mesmo ano em que perdemos quase 260 mil vidas para a Covid-19 e o desemprego atinge 14 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, mais de 6 milhões de mulheres chefes de família estão imersas nas incertezas administrativas do Governo Federal quanto ao auxílio que, conquistado pela pressão do movimento popular, garantiu minimamente comida na mesa durante os últimos meses.
Para que não haja brecha quanto à identificação dos principais responsáveis pelo atual cenário político e econômico, é importante que tenhamos ciência de que a pandemia somente agravou a crise que tem avançado em paralelo a um projeto neoliberal em curso desde o ano de 2016; projeto esse que, uma vez mais atravessado por questões históricas, afeta especialmente a figura feminina, aquela que precisa lidar com as múltiplas jornadas diariamente, e que primeiro é descartada quando o capitalismo a enxerga como ameaça ao lucro.
Mas a questão econômica é só um dos atuais obstáculos que ditam a necessidade de a mulher brasileira encampar, sobretudo, uma luta pela vida. Governados por um presidente que, pública e repetidamente, diminui o papel social e a força da mulher, nos encontramos em um momento em que a autoridade de suas falas parece conceder permissão para que outros ajam de modo alinhado. A violência de gênero cresce a cada dia, e de acordo com o Mapa da Violência 2020, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2019 uma mulher foi agredida a cada 2 minutos no país, somando o total de 266.310 casos notificados. No cenário pandêmico, a situação se agravou, acarretando um crescimento de mais de 20% na violência doméstica registrada – isso sem que levemos em conta os altos índices de subnotificação.
Frente a essa realidade, a vice-presidenta do ADURN-Sindicato, Gilka Pimentel, ressalta que “há urgência para que nós, mulheres, exploremos toda a nossa potência política – historicamente registrada – nessa batalha. Os dados mostram que não há o que se comemorar com festa, então que comemoremos com luta, sobretudo, luta pela vida!”.
Nesse sentido, o ADURN-Sindicato saúda a luta das brasileiras e expressa o apoio às manifestações realizadas em todo mundo e, especialmente, no Brasil pela vacinação de todos e todas e pelo auxílio emeregencial para a população vulnerável, ressaltando o significado social, humano, político e cultural do Dia Internacional de Lutas das Mulheres.