Durante muito tempo, a contribuição de Paulo Freire foi associada a um método de alfabetização. A experiência de Angicos (RN), no início dos anos 1960, que em pouco tempo alfabetizou centenas de adultos, notabilizou Freire e reforçou a ideia de criador de um método.
Mas, ele foi além do método, formulando uma teoria da educação, sustentada em concepções e princípios.
Essa é a visão da Coordenadora da Cátedra Paulo Freire da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Eliete Santiago. Pedagoga pela UFPE com doutorado em Ciências da Educação pela Université de Paris V (Rene Descartes), Santiago é professora titular do Departamento de Administração Escolar e Planejamento Educacional da universidade e membro da “Rede Freireana de Pesquisadores”.
Em entrevista exclusiva publicada na última edição do Jornal da Ciência, Santiago fala sobre a contribuição que o pensamento freireano pode dar à educação nos dias de hoje e como ele via os desafios que se apresentam.
A concepção dele de educação, relatou Santiago, exigiu um novo olhar, uma nova relação entre os sujeitos da educação com o seu conteúdo. É o que ela chama de educação problematizadora.
“Este pedagogo brasileiro se contrapôs a um modelo hegemônico de educação que se realizava como ato dissertativo, distante da experiência de educandos e educandas, cujos conteúdos constituíam objeto de memorização mecânica. Denunciou e anunciou uma outra educação. Uma educação crítica, que não dicotomizava teoria e prática. Uma educação problematizadora, inclusiva e diversa, tendo por horizonte a justiça social”, afirmou.
A entrevista completa está na nova edição do Jornal da Ciência que é dedicada à educação em homenagem ao centenário de nascimento de Freire, trazendo um pouco mais da biografia e depoimentos de educadores e familiares. Traz também diversas abordagens que apontam os enormes desafios criados pelos cortes orçamentários, a política de cotas e a pandemia do coronavírus.
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Fonte: Janes Rocha – Jornal da Ciência