Vacinação, saúde coletiva e SUS são direitos, não privilégios

Publicado em 07 de abril de 2021 às 11h22min

Tag(s): Pandemia de coronavírus



No dia mundial da saúde o Brasil tem mais a lamentar do que a comemorar. Com a vacinação caminhando a passos lentos, o país vai se tornando o epicentro da pandemia no mundo, empilhando mais de 300 mil corpos em pouco mais de um ano. O dado se torna ainda mais grave se comparado à guerra da Síria, que conta 387 mil mortos em 10 anos. Na última terça-feira, outro recorde: mais de 4 mil mortos foram contabilizados.

Enquanto a vacina não chega à camada da população a que se denomina economicamente ativa, o mercado sofre, os preços sobem, o sistema de saúde convulsiona e novas cepas surgem, se espalham e agravam mais facilmente. Embora a vacinação seja uma possibilidade de luz no fim do túnel, a competência no processo de imunização é fundamental para a erradicação eficaz da pandemia. A Organização Mundial da Saúde destaca que a rapidez com que as vacinas são aprovadas, fabricadas e entregues é um dos principais fatores no controle e posterior eliminação da covid 19. A eficácia das vacinas, o desenvolvimento de outras variantes e o número de imunizados compõem as outras frentes de combate efetivo às mortes por covid 19 no mundo.

A volta às aulas presenciais, a normalização da balança comercial, o desafogamento do Sistema Único de Saúde e de seus profissionais, a produção de hormônios de recompensa por interação social: tudo isso pode e deve ser resolvido com a vacinação. O “darwinismo social” praticado pelo atual presidente vai na contramão da erradicação da pandemia e por isso não é possível seguir as recomendações presidenciais neste momento de crise.

Não custa lembrar que a saúde coletiva é um dever do Estado e um direito humano, que deve ser tratado com seriedade pelas autoridades. A PEC 32, que afeta o acesso da população aos serviços públicos mais básicos, como educação, segurança e saúde é mais uma das facetas de necropolítica que a gestão Bolsonaro força no Congresso para aumentar a desigualdade social e – de fato – transformar direitos sociais em privilégios.

Fonte: Sindiedutec

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