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Publicado em 26 de abril de 2021 às 11h45min
Tag(s): Cooperativa Cultural Encontros e Conversas
“Muitas das minhas colegas de fábrica morreram. Morreram de velhice, de doença, de pobreza. Parece que o destino do pobre é apenas a morte”. Esse é um dos trechos iniciais do curta-metragem “Máquina de Costura”, dirigido por José Correia Torres Neto e estrelado por Doc Câmara. O produto audiovisual é o terceiro e último lançamento de uma trilogia do Projeto Monólogos, e será apresentado ao público nesta sexta-feira (30), a partir das 19h30, no canal do ADURN-Sindicato no YouTube.
O material traz à tona, com sensibilidade, o tema da precarização do trabalho. Doc Câmara explica que “o curta trata de uma senhora que dedicou mais de quarenta anos da sua vida a trabalhar numa grande fábrica de costura, e ela passa a refletir sobre o envelhecer, sobre o que ela conquistou, sobre o que ela perdeu, sobre o que ela abdicou para poder manter-se naquela posição”.
O monólogo é completamente atravessado por uma denúncia da exploração dos trabalhadores. A velha costureira lembra, em determinado momento, da hora marcada para o almoço e para ir ao banheiro. Sob uma fala frenética da personagem, o tic-tac do relógio ganha as telas com ares de terror. Questões que, para Doc, ainda são atuais: “existe uma precarização da mão de obra e da força do trabalho em nome de uma maior produtividade e de uma maior lucratividade das empresas; a lógica do neoliberalismo passa a falsa impressão de que você tem autonomia sobre a sua força de trabalho, quando na verdade você está se submetendo a regras impostas numa discussão desigual”, argumenta.
Para o ator, que também participou dos dois curtas anteriores do Projeto Monólogos (atuou em “A Freira” e dirigiu “Sob as luzes dessa avenida”), os produtos audiovisuais que compõem a trilogia possuem uma importância artística e social: “eu acho que todo artista é um agente social em potencial. A gente tem um compromisso com a responsabilidade social e o bem-estar da comunidade, porque o artista é um trabalhador e a gente direciona para questões que nos são importantes”, ressalta.
Ao final do curta, a costureira continua a refletir sobre a sua vida. Para a personagem, a vida é um eterno recomeço: “principalmente pra quem não tem nada; não tem comida, não tem estudo, nem emprego. Principalmente pra quem é preto, pobre, mulher, nordestino. Pro homem que gosta de homem, pra mulher que gosta de mulher. Pro trabalhador e pro índio”, lamenta a senhora.
“A minha expectativa é que esse curta atinja o maior número de pessoas possível e que a gente possa levantar um debate sadio acerca da exploração da mão de obra do trabalhador brasileiro, especialmente o trabalhador potiguar”, avalia Doc Câmara. Afinal, como diz a costureira, “até quando a gente vai ficar sentada esperando a roda dessa máquina desgovernada girar sem um destino certo?”
Ficha técnica
MÁQUINA DE COSTURA – 10’29”
Roteiro e direção - José Correia Torres Neto
Ator - Doc Câmara
Realização - Caravela Selo Cultural
Patrocínio - Lei Aldir Blanc
Apoios - ADURN-Sindicato, Cooperativa Cultural Universitária, Jornal Saiba Mais, Espaço A3, Bicho Esquisito, Cintia da Hora