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ADURN-Sindicato
Publicado em 07 de maio de 2021 às 14h08min
Tag(s): Cooperativa Cultural Encontros e Conversas
Dando continuidade às atividades de maio do projeto “Encontros e Conversas”, o ADURN-Sindicato lança, na próxima quarta-feira (12), às 19h30, o livro “Florbela Espanca: a construção erótica, panteísta e saudosista do Alentejo em sua obra”, de Priscilla Farias. A transmissão é uma parceria com a Cooperativa Cultural Universitária e vai ao ar no canal do ADURN-Sindicato no YouTube.
Florbela Espanca foi uma poetisa portuguesa que viveu entre os séculos XIX e XX, sendo considerada um símbolo pela reivindicação do direito à educação e valorização cultural e intelectual das mulheres. A artista foi objeto de estudo da dissertação de mestrado de Farias, realizada pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da UFRN.
“No livro, eu problematizo a construção simbólica do Alentejo, região de Portugal, na obra de Florbela Espanca, não só como ‘espaço da saudade’, mas como espaço de feminilidade, da sensibilidade e do sensualismo”, conta a hoje mestre. Para isso, a “paisagem alentejana”, ligada a religiosidade e ao patriarcalismo, foi confrontada com a dimensão poética de Florbela.
Mas, se Florbela não participou dos movimentos feministas do século XX em Portugal (não há “nenhum registro histórico e/ou obra de Florbela que comprove sua participação"), isso não exclui sua verve forte. “No início do século passado (até os dias de hoje) a emancipação feminina vinha acompanhada de uma tomada de repressão social que ressaltava a supremacia masculina sobre a mulher”, afirma Priscilla. Essa repressão, de acordo com a escritora, estava ligada também à própria libertação da sexualidade.
Segundo a autora do livro, numa sociedade que reservava à mulher “a função materna e ao espaço doméstico”, condicionando também a viver “sem autonomia, muito menos liberdade para traçar seus próprios caminhos”, a trajetória de Florbela foi polêmica.
“Florbela foi uma mulher produto da sociedade em que viveu. Sofreu por lutar insistentemente contra o lugar de mulher que deveria assumir segundo uma sociedade patriarcalista, inscrevendo um novo papel para a mulher e reconfigurando o lugar de mulher na sociedade portuguesa”, comenta. “Estrangeira em seu próprio tempo, assim foi Florbela: lutou contra a corrente do rio da moral que circulava numa sociedade conservadora e reacionária”, rememora a autora.
O livro representa, para Priscilla, um convite ao “mundo Florbeliano”. “Vocês encontrarão não só a história e a luta de um espírito livre, mas poesia, sensualidade, eroticidade, coragem e inspiração. Um espaço, para ela, de “resistência poética como levantamento da voz da vida”.
Para a escritora, a luta feminista, de Florbela as dias de hoje, permanece atual. “Ainda existe muito para ser discutido, especialmente na atual conjuntura política nacional em que nossa sociedade atravessa uma onda de conservadorismo, fascismo e fundamentalismo”.
Com a obra publicada pela editora SertãoCult, Farias lembra a importância do incentivo à cultura para levar mais da portuguesa ao público. “A publicação desse trabalho em livro só foi possível devido o apoio da Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da lei Aldir Blanc, que previu auxílio financeiro ao setor cultural para apoiar profissionais da área que sofreram com o impacto das medidas de distanciamento social por causa do coronavírus”, comenta.
O livro “Florbela Espanca: a construção erótica, panteísta e saudosista do Alentejo em sua obra” pode ser adquirido presencialmente na Cooperativa Cultural ou através do Whatsapp: (84) 99864-1991.
Serviço
Lançamento do livro Florbela Espanca: a construção erótica, panteísta e saudosista do Alentejo em sua obra
Quando? Dia 12 de maio de 2021
Que horas? Às 19h30
Onde? Canal do YouTube do ADURN-Sindicato