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Publicado em 08 de setembro de 2021 às 10h02min
Tag(s): Manifestação
Em mais de 200 cidades por todo o país, povo sai as ruas no Grito dos Excluídos e em defesa da democracia na campanha por Fora Bolsonaro
São Paulo – Há 27 anos o 7 de setembro tem uma marca no Brasil, para além dos desfiles oficiais, que é quando o povo sai às ruas do país no Grito dos Excluídos. O contraponto ao Grito da Independência questiona, desde 1995, os padrões de independência do povo brasileiro. Afinal, qual a independência dos povos negros, dos indígenas, dos mais pobres no Brasil? O Grito dos Excluídos busca, assim, provocar a sociedade sobre um debate fundamental que construa um Brasil mais justo e com oportunidades para todos.
“O Grito dos Excluídos é sempre atual no sentido de questionar todas as mazelas que estão aí na sociedade. Assim, dizemos que precisamos lutar pela vida e pela vida com dignidade”, afirmou, em coletiva de imprensa de apresentação do 27º Grito dos Excluídos, Dom José Valdeci Santos Mende, bispo da diocese de Brejo, no Maranhão, e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sócio Transformadora da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
“Por tudo que é negado, o direito à vida, essa derrubada dos direitos conquistados, a maneira como se encara a vacina – que na verdade deve ser para todos –, a negação da ciência (…), isso não é um governo que nos representa. Precisamos dizer ‘Fora Bolsonaro!’. Assumimos isso como um compromisso para uma sociedade mais justa e mais fraterna”, completou Dom José.
Grito do Excluídos e ato Fora Bolsonaro em Ribeirão Preto (Ricardo Rodrigues)
Ou seja, nada mais significativo do Brasil atual que o 7 de setembro de 2021. Enquanto em mais de 200 cidades brasileiras o povo sai às ruas para clamar por igualdade, justiça social, contra a fome, por empregos decentes, saúde, educação para todos, o que necessariamente inclui a campanha pelo Fora Bolsonaro, em Brasília e São Paulo, as palavras de ordem são outras. Os manifestantes que apoiam o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, querem destituir o Supremo Tribunal Federal (STF), defendem o uso da força contra as instituições que representam a democracia e questionam a lisura das eleições, inclusive as que venceram em 2018.
Em Salvador e mais de 200 cidades brasileiras o povo foi as ruas em defesa da democracia, contra a fome e pelo Fora Bolsonaro (MPA)
Nas ruas onde se manifestam pelo Grito dos Excluídos, o uso de máscaras é respeitado e a vacinação está entre as bandeiras. Em dezenas de cidades foram distribuídos alimentos doados pelo Movimento Sem Terra (MST) e dos Pequenos Agricultores (MPA). Todas as cores têm espaço, seja nas peles, nos corpos ou nas bandeiras: homens, mulheres, brancos, negros, indígenas, LGTBQI+ dividem espaço e esperanças. Em Brasília e em São Paulo, o verde e amarelo impera nas bandeiras e nas roupas dos corpos brancos. A truculência está nos enormes caminhões e ‘motorhomes’ e no modo de agir, que tem por objetivo final e anunciado a invasão de prédios públicos.
Belo Horizonte (Matheus Teixeira)
Em São Paulo, por exemplo, o dia do Grito dos Excluídos começou com um café da manhã promovido pelo padre Júlio Lancellotti para as pessoas em situação de rua. O pároco, que atende essa população carente há décadas, gosta de lembrar: “Não adianta falar ‘Deus acima de tudo’ e colocar as pessoas abaixo do nada”.
Belém (MAB)
Campinas (Marília Fonseca/Ediley Gomes)
Maceió (Gustavo Marinho/MST)
Recifge (Iyalê Tahyrine/BdF-PE)
Grito dos Excluídos começou na Praça da Sé e se dirige ao Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo (Elineudo Meira/@fotografia.75)
Fonte: Rede Brasil Atual