O presidente Jair Bolsonaro voltou a insinuar a interferência de seu governo na formulação do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. O desejo do ex-capitão de controlar o teor das questões esteve no centro do debate sobre a edição deste ano.
“As provas do Enem vamos ter a nossa cara a partir da próxima. Porque os bancos de dados eu não posso mudar agora. Falaram que eu interferi no Enem. Se eu pudesse interferir, seria um Enem diferente”, afirmou o ex-capitão em entrevista ao jornal Gazeta do Povo nesta quarta-feira 8.
As polêmicas deste ano foram impulsionadas por uma declaração de Bolsonaro durante viagem a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em novembro. Segundo ele, as questões do Enem “começam a ter a cara do governo”.
“Ninguém precisa ficar preocupado. Aquelas questões absurdas do passado, que caíam tema de redação que não tinha nada a ver com nada. Realmente, algo voltado para o aprendizado”, acrescentou.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, por sua vez, reafirmou em audiência na Câmara dos Deputados que o exame teria “a cara” do governo Bolsonaro, mas ponderou que isso representaria “competência, honestidade e seriedade”.
Fonte: CartaCapital