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Publicado em 17 de fevereiro de 2022 às 10h16min
Tag(s): Escola de Música
Tarsila do Amaral, autora de algumas das mais importantes obras do movimento modernista, como “Abaporu” e “Operários”, foi, também, compositora. A descoberta desse outro dom artístico da pintora foi do professor da Escola de Música da UFRN, Durval Cesetti, em visita à família da artista. Ele encontrou a partitura da canção “Rondo d’Amour”, composta por Tarcila para voz e piano.
A família de Tarsila confirmou a autenticidade da autoria da obra pela caligrafia da artista. A peça em francês tinha a assinatura da artista e estava guardada pela sobrinha-neta da pintora, Maria Clara do Amaral. No último dia 25 de janeiro de 2022, a canção ganhou som no auditório da Escola de Música da UFRN: com Durval Cesetti ao piano, e as vozes da soprano Elke Riedel e do tenor Kaio Morais.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Tarsilinha do Amaral, a sobrinha-neta da pintora, supõe que “Rondo d’Amour” foi composta entre 1913 e 1920, antes da ida da tia-avó a Paris. Ela voltou ao Brasil em 1922, depois da Semana de Arte Moderna, de que tomou conhecimento através das cartas trocadas com a pintora Anita Malfatti, sua amiga.
Elke Riedel, soprano, Durval Cesetti, piano, e Kaio Morais, tenor – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN
Professor procura partituras inéditas
O professor Durval Cesetti trabalha pesquisando por partituras que nunca tenham sido publicadas. Ao mesmo tempo, ele realiza um projeto de editoração de partituras, que são publicadas no site da Escola de Música da UFRN, com o intuito de que essas peças possam ser conhecidas por outros músicos. Durval tem uma parceria com o Instituto Piano Brasileiro (IPB), o qual realiza um trabalho de resgate e divulgação da cultura pianística brasileira. O Instituto frequentemente envia os manuscritos ao professor, para que ele possa realizar a primeira gravação mundial das peças.
Em 2021, o IPB enviou diversas obras de Lydia do Amaral, mãe de Tarsila do Amaral, para Durval. Só quem tinha conhecimento da existência dessas peças era a família e seus descendentes. Maria Clara do Amaral foi quem encontrou as composições e as enviou para o IPB. As gravações das obras de Lydia do Amaral foram publicadas na internet e podem ser ouvidas aqui. A família foi se correspondendo com o professor e o convidou para realizar um sarau em Mombuca, no interior de São Paulo. O objetivo era realizar uma homenagem a Guilherme do Amaral, neto de Lydia, que completava 91 anos. Durval aceitou.
Enquanto estava manuseando os manuscritos de Lydia, Maria Clara lhe mostrou uma canção em francês assinada por Tarsila. Quando perguntou aos familiares, eles lhe disseram que era uma composição da própria Tarsila do Amaral. Ainda segundo eles, ela teria sido uma ótima pianista e chegou a cogitar a ideia de seguir carreira como musicista.
“Esta partitura, de uma canção intitulada Rondo d’Amour, estava com uma letra bem difícil de ler, diferentemente das peças de Lydia do Amaral, por exemplo. Por causa disso, supõe-se que provavelmente Tarsila não havia pensado em fazer essa partitura para outras pessoas interpretarem a canção, devendo ter sido uma composição que fez para si mesma, durante seus estudos musicais, e que depois foi guardada por sua mãe”, explica o professor Durval Cesetti.
Nome de Tarsila aparece em partitura - Foto: Cedida
Diplomata ajudou a decodificar letra
O professor realizou uma editoração profissional da canção. Por conta da difícil leitura do texto em francês, ele pediu o auxílio da amiga Catarina Brandão, diplomata da Embaixada do Brasil em Paris, na França. “Além do valor histórico de acharmos uma composição de uma das nossas maiores artistas plásticas, eu fiquei imediatamente impressionado ao perceber que parecia ser uma obra muito bem-feita, algo que se confirmou após termos feito a sua gravação”, conta Durval.
Veja a gravação:
Tarsila é das principais artistas do Brasil e América Latina
Tarsila do Amaral nasceu em São Paulo, em 1º de setembro de 1886 e faleceu com 86, em 17 de janeiro de 1973. Ela é uma das principais artistas da América Latina. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, que marcou a história da cultura brasileira. Ela foi membro do “Grupo dos Cinco” que liderou o evento – ao lado de Menotti Picchia, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Anita Malfatti.
As obras de Tarsila tiveram características das três fases do Renascimento, sendo elas: Pau Brasil, Antropofágica e Social. No total, ela pintou cerca de 270 obras. Algumas delas são: A Estação Central do Brasil (1924), A Feira (1924), O Pescador (1925), Operários e Abaporu (1928).
No último terço de sua vida, a artista viveu uma série de tragédias pessoais. Perdeu a única neta, que se afogou com uma amiga que tentava salvar. Por um erro médico, ficou paraplégica e perdeu a filha única, Dulce, vítima de diabetes.
Fonte: Saiba Mais