Marco Antonio Zago deixa a presidência do CNPq

Publicado em 14 de janeiro de 2010 às 13h37min

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O cientista Marco Antonio Zago deixará nos próximos dias a presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele vai compor a nova direção da Universidade de São Paulo (USP), onde será Pró-Reitor de Pesquisa, a convite do reitor eleito, João Grandino Rodas. Atualmente, a geneticista Mayana Zatz ocupa o cargo.
O MCT deve anunciar ainda nesta quinta-feira (14/1) o nome do novo presidente do CNPq.
Oportunidade
Após despacho na tarde desta quarta-feira com o ministro da C&T, Sergio Rezende, Zago disse que "a presidência do CNPq foi uma oportunidade para conhecer de perto o sistema nacional de C&T e participar deste momento tão especial em que o país implementa seu Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação".
Desde junho de 2007 à frente do CNPq Zago atuou na formulação e execução de vários Programas preconizados pelo PACTI (2007-2010), dentre os quais ele destacou: a criação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) e a nova fase de ampliação do Programa de Núcleos de Excelência (Pronex), o crescimento do número de bolsas de pós - graduação e de Produtividade em pesquisa.
Ao manifestar ser uma experiência ímpar estar no CNPq, sobretudo num período em que um novo modelo de planejamento e gestão da C&T está em andamento no país, Zago avaliou que a criação dos INCTs e a expansão dos Pronex refletem uma nova postura, principalmente no que se refere ao financiamento da pesquisa brasileira.
"Estou certo de que a participação de outros ministérios, da Petrobras do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e, sobretudo, das Fundações de Apoio a Pesquisas (FAPs) - nos dois programas - intensificam as atividades nessa área e a responsabilidade com o desenvolvimento regional do Sistema de C&T".
Outra iniciativa que no entendimento de Zago merece atenção é a ampliação do número de Bolsas para a Pós-Graduação, dentre elas a Bolsa de Produtividade em pesquisa que, a seu ver, cria novas oportunidades, inclusive para jovens pesquisadores que não tinham acesso a esse financiamento público. Para ele, o crescimento da produção científica brasileira é resultado do fortalecimento do conjunto de programas e das ações focados na Pós-Graduação e do incentivo representado pelas bolsas de produtividade.
Ele lembrou, ainda, que a sistematização do calendário do Edital Universal e a criação do Prêmio Bolsa Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico, somados aos demais instrumentos, certamente, "vão ajudar o Brasil a conquistar um novo padrão de desenvolvimento científico e tecnológico".
Leia a mensagem de Zago à comunidade científica e tecnológica, divulgada nesta quinta-feira:
"Em audiência com o Ministro da Ciência e Tecnologia Sergio Machado Rezende, realizada ontem, a meu pedido foi acertada a minha saída da presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Desejo expressar de público minha gratidão ao Ministro e demais membros do ministério, pela confiança e pelo apoio de que fui alvo neste período em que estive à frente do CNPq. Menção especial merecem o trabalho e a dedicação da vice-presidente do CNPq, Wrana Panizzi, dos diretores, José R. Drugowich de Felício, José O. Siqueira e Gilberto Xavier, e de todos os servidores que constituem o maior patrimônio da agência.
A cooperação e apoio que encontrei na comunidade científica e tecnológica foram essenciais para o sucesso do CNPq neste período bastante construtivo e produtivo. Os membros de comitês assessores, de comissões julgadoras, assessores ad hoc e pesquisadores, juntamente com o pessoal técnico e servidores da agência, constituem a essência mesma do CNPq.
O país vive um momento de grande progresso e vitalidade, caracterizado pelo fortalecimento de todo o seu sistema de ciência e tecnologia, quer da parte dos executores, incluindo universidades, institutos de pesquisa e empresas, como por parte dos órgãos de financiamento e gestão. Neste contexto, assume especial importância o crescente papel dos sistemas regionais de ciência e tecnologia, liderados pelas fundações de apoio estaduais, a Confap e a Consecti.
O ano de 2009 começou com certa apreensão, tendo em vista os cortes no orçamento do CNPq, cujo valor foi reposto pelo presidente da república no segundo semestre, e assim terminamos com claro sucesso, como resumido no quadro abaixo. Foram implantados os 122 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, em ampla cooperação com outras agências federais, empresas e bancos públicos e fundações estaduais: os recursos para a quase totalidade deles foram pagos, as bolsas implantadas, e iniciou-se o sistema de acompanhamento e avaliação.
O número total de bolsas concedidas anualmente pelo CNPq ultrapassou 80 mil, com particular atenção para o crescimento do número de bolsas de produtividade em pesquisa (PQ) que, a partir de março, incluirá quase 14 mil bolsistas. Como previsto, o Edital Universal está sendo lançado com regularidade anualmente, tendo neste ano sido aprovados mais de 2.900 projetos, num valor que excede a R$ 111 milhões.
O ano de 2010 inicia com boas notícias; o orçamento do CNPq aprovado no Congresso Nacional não sofreu cortes significativos, garantindo recursos para manutenção e eventual ampliação dos programas atuais. Encontra-se aberto o edital para concessão de bolsas de mestrado e de doutorado para orientadores com base em projetos de pesquisa.
Desejo deixar uma mensagem de otimismo quanto à continuidade do fortalecimento do sistema de ciência e tecnologia de nosso país, agradecendo a todos que contribuíram para que o CNPq continue desempenhando um papel central neste processo."

Jornal da Ciência
 

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