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Publicado em 07 de março de 2022 às 10h00min
Tag(s): 08 de Março
Manifestações para este 8 de Março estão previstas em mais de 30 cidades. Mulheres sem terra e da área científica também preparam debates e ações para marcar a luta mundial por igualdade
São Paulo – No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira (8), mulheres de todo o Brasil voltam a protagonizar manifestações nacionais contra o governo Bolsonaro. Entidades e coletivos feministas pretendem ocupar as ruas e as redes para bradar “Pela vida das Mulheres” e “Bolsonaro nunca mais!”. As manifestações estão confirmadas em 30 cidades, em pelo menos 15 estados e no Distrito Federal. Em pauta, as mulheres também vão buscar “um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”. Um lema nacional que sintetiza as diversas batalhas travadas pelas brasileiras e que abre as primeiras lutas sociais do país neste ano.
Em dezembro, as mulheres fecharam as jornadas pelo Fora Bolsonaro, expondo especificamente a situação desse segmento da população que considera o governo federal uma “ameaça direta à vida das mulheres”. Mas o ato nesta terça marca o retorno às ruas no Dia da Mulher após a mobilização virtual, no ano passado, por causa da pandemia de covid-19.
Na preparação para esta retomada, a Articulação Nacional de Mulheres Bolsonaro Nunca Mais divulgou um manifesto de entidades que denuncia que “o aprofundamento da crise econômica no Brasil e no mundo, somado à política da fome, do desemprego e da morte conduzida pelo governo Bolsonaro, que tem tornado a vida do povo ainda mais difícil, atingindo, principalmente, as mulheres da classe trabalhadora”.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, a taxa de desocupação entre as mulheres foi de 13,9% no 4° trimestre de 2021, enquanto para os homens foi de 9%. Além disso, de acordo com boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em 2021, o Brasil é o país com o maior número de mortes maternas causadas pela covid-19. Até maio daquele ano, a taxa de letalidade materna era de 7,2%. Mais que o dobro da taxa de letalidade do país, na época de 2,8%.
Foram elas também que sofreram mais danos à saúde mental durante a pandemia, segundo a Fiocruz. O que abalou inclusive a produção científica. No Dia internacional da Mulher, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e as Faculdades de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) e Zootecnia e Engenharia de Alimentos (Fzea) promovem o debate Wowen In Science,’Mulheres na Ciência’, para levantar os avanços da igualdade de gênero na área e também os desafios e a superação para mulheres na área da pesquisa. O evento ocorre das 16h às 18h; será transmitido online pelo canal da Fzea-USP no YouTube.
Os impactos da pandemia e do governo Bolsonaro sobre a vida das mulheres no campo também mobilizam ações para o 8 de Março. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) prepara a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra para os dias 7 a 14. No Paraná, partilha de alimentos, materiais de higiene e marmitas, doação de sangue e mutirões de plantio em lavouras comunitárias estão entre as principais atividades previstas.
No dia 14, o MST também planeja o plantio de árvores para homenagem à vereadora e ativista social Marielle Franco, assassinada nessa data há quatro anos. Com a ação, a proposta do movimento é também denunciar a impunidade do crime e a falta de elucidação sobre seus mandantes. Segundo informações do Brasil de Fato, também haverá formações e ações internas nos assentamentos, com homens e mulheres.
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