Quatro anos, cinco delegados e nenhuma resposta: quem mandou matar Marielle?

Publicado em 14 de março de 2022 às 11h44min

Tag(s): Mulher



Foto: Reprodução Internet

Os assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes completam 4 anos nesta segunda-feira (14) sem que se saiba quem são os mandantes do crime.

Em quatro anos, cinco delegados estiveram à frente do caso e o atual delegado assumiu o caso há pouco mais de um mês. Segundo reportagens publicadas no G1, três grupos diferentes de promotores ficaram à frente do caso no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

A reportagem lembra, também, que a força-tarefa que investiga o crime afirma ter encontrado os executores e descoberto a dinâmica da noite de 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, na região central do Rio, mas os mandantes continuam ocultos.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz como os assassinos de Marielle e de Anderson. Os ex-PMs, presos em penitenciárias federais fora do RJ, vão a júri popular, ainda não marcado.

A polícia e o Ministério Público ainda não deram respostas sobre os mandantes do crime, as razões do assassinato, nem informou sobre as razões pelas quais a investigação se arrasta lentamente, nem estabeleceu um prazo para sua conclusão.

Nesta segunda-feira (14), essas perguntas serão exaustivamente feitas em várias partes do Brasil. Uma série de ações organizadas para hoje – especialmente no Rio de Janeiro – têm o objetivo de cobrar das autoridades celeridade e transparência nas investigações. Em Natal, ato ocorre às 16h, em frente ao Midway e está sendo organizado pelo Psol.

Advogados
Os advogados das famílias da parlamentar e do motorista vão protocolar um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para que as informações dos autos de investigação sobre os mandantes do assassinato sejam compartilhadas.

Anistia Internacional Brasil
A Anistia Internacional Brasil fará uma intervenção urbana com uma instalação de mais de 2 metros de altura, em frente à Câmara dos Vereadores, no centro do Rio. A instalação simula o processo judicial inconcluso, até agora, destacando a falta de acesso das famílias das vítimas e seus advogados às informações.

Missa
Está programada uma missa em homenagem às vítimas, que será celebrada na Igreja da Candelária.

Família
Haverá um encontro entre o governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), as famílias de Marielle e Anderson e representantes do Comitê Justiça Por Marielle.

Relembre o crime

Marielle foi a terceira vereadora negra eleita no Rio de Janeiro. Ele foi executada a tiros em 14 de março de 2018. As investigações revelaram que o crime teve envolvimento da milícia.

A irmã da parlamentar e diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco, afirma que a impunidade impulsiona a violência política especialmente contra as mulheres.

O sargento reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz, acusados de executar a vereadora e seu motorista, seguem presos desde março de 2019 e aguardam julgamento. Segundo o inquérito policial, Lessa é o responsável por executar os disparos e Queiroz por dirigir o carro em que os dois estavam. A motivação para o crime segue desconhecida.

Agenda

9h: Haverá uma ação em frente ao Tribunal de Justiça, no centro do Rio de Janeiro, exigindo acesso aos autos e a solução do crime.

9h às 16h: A partir das 9h, a Anistia Internacional Brasil fará uma intervenção urbana com uma instalação com mais de 2 metros de altura, em frente à Câmara dos Vereadores, no centro do Rio. A instalação simula o processo judicial inconcluso até agora, destacando a falta de acesso das famílias das vítimas e seus advogados às informações.

10h30: Missa na Igreja de Nossa Senhora da Candelária, organizada pela família de Marielle, que segue, na sequência, para a intervenção da Anistia Internacional Brasil na Câmara dos Vereadores, por volta das 12h.

11h: Encontro prévio com o juiz auxiliar Rafael Estrela, o diretor de comunicação José Carlos Tedesco e a advogada do Instituto Marielle Franco, Brisa Lima, representando o comitê para falar sobre as pautas que serão discutidas com o presidente do TJ, Henrique Carlos Figueira.

15h: Reunião com o governador do Rio de Janeiro no Palácio Guanabara.

15h às 23h: Atividades do Festival Justiça por Marielle e Anderson, no Circo Voador (Lapa), organizado pelo Instituto Marielle Franco, criado e dirigido pela família.

16h-18h: Roda de conversa com o tema “Estamos prontas: A radical Imaginação Política das Mulheres Negras”, com Anielle Franco (diretora do Instituto Marielle Franco), Bianca Santana (Casa Sueli Carneiro) e Tainah Pereira (articulação Mulheres Negras Decidem). Além disso, haverá uma oficina de escrita para a produção de cartas de pedido de Justiça por Marielle e Anderson.

18h30: Apresentações musicais, abrindo com o maracatu do Cortejo Baque Mulher, seguido pela DJ Tamy, MC Martina e MC Zuleide. Também participam artistas como Karol Conká, BK, Juçara Marçal, Marina Iris, Jéssica Ellen, Lellê e Doralyce. O encerramento será com o Bloco Malunguetu.

20h: As famílias de Marielle e Anderson e as organizações que compõem o Comitê Justiça por Marielle e Anderson farão falas no palco do Festival.

Fonte: Saiba Mais

ADURN Sindicato
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