Professora da UFRN é primeira potiguar na Bienal Internacional de Arquitetura de SP

Publicado em 18 de março de 2022 às 17h17min

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Foto: Divulgação

Em meio a quase 300 trabalhos artísticos, Jéssica Bittencourt, professora do Departamento de Artes (DEART), foi selecionada para expor o projeto Pilares Vivos na 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontecerá a partir do dia 21 de maio até 10 de julho. Sendo a primeira representante do Rio Grande do Norte no evento, Jéssica produziu a obra com foco nas dimensões e condições internas dos pilares da ponte Newton Navarro, uma das principais instalações de Natal. 

A artista visual, arquiteta e urbanista tem históricos com trabalhos relacionados ao problema da desigualdade socioespacial. Desenvolvendo, atualmente, projetos que dão ênfase aos obstáculos da cidade contemporânea, o Pilares Vivos ganha destaque por mostrar a realidade de pessoas em situação vulnerável, as quais utilizam o local como abrigo. Não apenas servindo para os moradores do bairro em situação de rua, os pilares também guardam, como um depósito de ferramentas, os instrumentos de pesca, cadeiras, mesas e pertences das pessoas que colocam porta e cadeado, gravando seu nome nas paredes.

A descoberta da ocupação resultou da pesquisa sobre o bairro da Redinha e a relação com os moradores, quando em 2011, Jéssica era aluna na disciplina de Planejamento Urbano e Regional. Nos estudos sobre a construção da ponte foi percebido que os pilares possuem uma entrada, revelando que cada um deles é oco. Reunindo quinze fotografias com o objetivo de mostrar o invisível ao público e atuar como uma denúncia, segundo Stephanie Bittencourt, assistente de produção. Ela chama atenção para a relevância da exposição em discussões sobre os direitos humanos e instalações da contemporaneidade. 

 

O projeto quer externar o impacto social que o local tem, propondo levar o público ao ambiente por meio de recursos sonoros e de luz. Ao simular as condições em que vivem os abrigados nos pilares, a artista busca partilhar fortes sentimentos desconcertantes do abandono, como diz Stephanie. O maior desafio, segundo ela, foi garantir a privacidade dos sujeitos que compartilharam sua história e, apesar de permitirem os registros, distanciá-los da exposição excessiva.

Fonte: Portal da UFRN

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