Publicado em 22 de março de 2022 às 12h11min
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Nesta segunda-feira (21), o jornal Folha de S. Paulo vazou um áudio em que o atual Ministro da Educação, Milton Ribeiro, em um encontro com prefeitos de todo país, diz priorizar prefeituras cujos pedidos de liberação de verba tenham sido negociados por dois pastores que não possuem cargo e que atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do Ministério da Educação (MEC). O pedido de favorecimento dos amigos teria partido do presidente Jair Bolsonaro, e em contrapartida os municípios dariam apoio para a construção de igrejas.
Ao que tudo indica, o esquema tem funcionado desde janeiro de 2021, explorando recursos geridos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o mesmo que, no orçamento de 2022, teve um corte de R$ 499 milhões – mais da metade do valor total retirado da pasta da Educação.
Este não foi o primeiro corte nem o único ataque à educação pública no Brasil. Ao longo dos últimos anos, a área tem sido alvo de sucessivas e diferentes investidas que atingem tanto os profissionais que atuam na carreira pública, quanto os beneficiados pelo serviço, independente de qual nível do ensino ofertado.
Também não é a primeira vez que o Governo Bolsonaro age em defesa dos seus próprios interesses. O exemplo mais recente é a sanção da Lei Complementar 191 de 2022, medida de caráter eleitoreiro, que prejudica professores de todo o país e beneficia setores apoiadores do presidente.
Diante desse histórico e da atual revelação de mais um esquema escandaloso que contribui com um projeto de desmonte da educação pública, nós que fazemos o ADURN-Sindicato repudiamos a prática suja do favorecimento e, logo, do tratamento desigual quanto à verba destinada às diferentes prefeituras deste país. A educação é um direito de todos, e esse direito precisa ser respeitado sem que haja qualquer cruzamento de interesses!
