1° de Maio unificado das centrais sindicais defende emprego, direitos e vida

Publicado em 02 de maio de 2022 às 12h03min

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Se o 1° de Maio de 2022 pudesse ser descrito com apenas uma palavra, seria “esperança”. Milhares de pessoas se reuniram na capital paulista, num grande ato político e cultural, para renovar a esperança e sair de lá com uma missão muito importante: a missão de trabalhar para recuperar e reconstruir o Brasil. Essa foi a tônica do evento realizado pelas centrais CTB, CUT, UGT, Força Sindical, NCST, Intersindical e Pública na Praça Charles Miller em São Paulo.

O ato contou com a presença do ex-presidente Lula, o dirigente Guilherme Boulos, o ex-prefeito Fernando Haddad, e dezenas de outras autoridades políticas. A música ficou por conta de Leci Brandão, Daniela Mercury, KL Jay, Dexter e Francisco, el Hombre.

No país onde mais de 14 milhões de pessoas estão desempregadas, 4 milhões em desalento, e metade da população em insegurança alimentar, o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora teve como lema “emprego, direitos e vida”.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, foi incisivo em sua crítica a Jair Bolsonaro, que deixou mais de 660 mil pessoas morrerem pela Covid-19, sem fazer nada para amenizar o impacto da pandemia e sem dar garantias de qualidade de vida ao povo brasileiro.

“O povo está passando fome, o Unibanco, o Bradesco, o Santander e o Banco do Brasil bateram recorde lucro ano passado lucrando quase 82 bilhões. Quando essa turma faz assim [arminha com a mão], não é o rico que vai sofrer. É você que já não consegue mais, com um salário-mínimo, comprar um botijão de gás de 160 reais. É muita gente que não consegue mais tirar o carro da garagem porque eles entregam nosso petróleo para os Estados Unidos refinar, e a gente aqui paga 8 reais a gasolina. E essa turma não tem limite. Esse governo está saqueando o país”, denunciou o dirigente sindical.

Em clima de luta e esperança, Adilson encerrou sua fala com uma música “O desemprego dói, destrói, desespera. A fome dói, destrói, desespera. Eu não aguento mais sofrer tanto assim, eu quero Bolsonaro bem longe, bem longe daqui”.

E convocou os trabalhadores e as trabalhadoras para a missão de transformar a realidade do país: “Nós podemos mudar isso tudo. E para mudar, nós temos que sair daqui hoje convencidos de que nós seremos cabo eleitoral de um projeto político de mudanças. O presidente tem nome”. Ao chamado, teve como resposta uma multidão cantando “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”.

E o chamado foi ouvido pelo próprio ex-presidente que estava no palco e garantiu que, assim que eleito, os trabalhadores estarão incluídos no projeto de reconstrução do Brasil. “Se preparem porque alguém melhor do que esse presidente vai ganhar as eleições. Aí ao invés de ficar xingando o presidente na rua, vocês vão ser convidados para sentar numa mesa de negociação pra gente reestabelecer as condições de trabalho e o respeito aos direitos dos trabalhadores. Para gente discutir com seriedade a questão da aposentadoria e dos benefícios dos trabalhadores e para gente discutir com muito carinho a política de Saúde”.

Lula foi incisivo ao dizer que os desafios em 2023 serão imensos: “Nós vamos pegar um país destruído, mas eu tenho certeza que da mesma forma que vocês ajudaram a gente construir o Brasil, nós vamos fazer agora de novo. Nós estamos precisando de emprego bem remunerado, ganhar um salário decente, a gente precisa voltar a ter casa para o povo pobre, financiar mais casa para gerar mais emprego. A gente tem que voltar e recuperar a nossa Petrobras, a não pode deixar privatizar a Eletrobras”, garantiu.

René Vicente, presidente da CTB-SP, denunciou a fome: Nosso povo está na fila do osso para pegar osso nos frigoríficos para fazer sopa, enquanto nosso país é o maior exportador de proteína de carne do mundo. Não podemos aceitar essa situação. É por isso que nesse 1° de Maio nós estamos em todo o Brasil lutando por um projeto nacional de desenvolvimento que tenha como centro o bem-estar da população. Para que não mais 20 milhões de pessoas passem fome. Brasil urgente, Lula presidente!”.

Para José Faggian, presidente do Sintaema (Sindicato dos trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do estado de São Paulo), “o 1° de Maio não só confirma a luta da classe trabalhadora pela reconstrução dos direitos, mas em defesa da democracia, do emprego e da vida. E o Sintaema, aqui em São Paulo e pelo interior, está nas ruas para reafirmar sua luta e comemorar esse dia que, para nós, traz o legado, traz o legado de milhões de pessoas em todo o mundo”.

Já o companheiro Diviza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira dos Correios, Telégrafos e Similares de São Paulo, defendeu que neste 1° de Maio , “a principal tarefa dos trabalhadores é mudar o Brasil. Não dá mais para aceitar a fome, a miséria, o desemprego, a destruição do serviço público. Nós, trabalhadores dos Correios, estamos lutando e cumprindo a difícil tarefa de integrar nosso país mostrando nossa importância para a recuperação e crescimento da economia”.

Fonte: CTB

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