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Publicado em 02 de maio de 2022 às 12h51min
Tag(s): UFRN
Até pouco tempo atrás, antes da suspensão das atividades presenciais por causa da pandemia da covid-19, os alunos que circulavam pelo campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) o faziam com uma certa tranquilidade. Situação que, atualmente, tem mudado com os relatos mais frequentes de assaltos entre os estudantes.
“Eu estava saindo da residência [Universitária] por volta das 9h50 e atrás de mim vinha um menino que estava saindo do IMD [Instituto Metrópole Digital]. Tinha três caras na parada que fica ao lado da residência. Passou um circular e uma besta que sempre passa por aqui e eles não subiram. Segui um caminho ao redor do campus [pela calcada da pista principal] e o rapaz pegou um desvio que vai por dentro do RU [Restaurante Universitário]. Quando olhei para trás, o rapaz estava sendo abordado, puxando a bolsa, batendo nele e acho que pegando o celular também. Ei fiquei paralisado, quando vi que os outros dois que estavam na parada começaram a olhar pra mim. Minha ação foi correr, saí gritando, pedindo ajuda, mas o pessoal também estava com medo e ninguém fez nada. Eu corri e peguei o primeiro circular que passou”, relata Joel Jerônimo, que é aluno do curso de Ciência e Tecnologia (CeT) da UFRN. Ele ainda contou que no mesmo dia soube de outro assalto na mesma região.
“Já aconteciam alguns assaltos nesse percurso, antes mesmo da pandemia, mas não era tanto como agora, que parece ter se tornado diário. Tá bem tenso andar por aqui”, lamenta.
Um dos pontos mais frágeis relatado pelos alunos foi o caminho entre o Restaurante Universitário e a parada para o circular próximo à Residência Universitária. O Restaurante é bem iluminado, com muitos holofotes ao redor. Já a trilha que os estudantes costumam pegar para chegar mais rápido à parada durante o dia, fica completamente no escuro à noite. Apesar do caminho calçado para o ponto de ônibus ser iluminado, há pouca movimentação no horário noturno, o que prejudica quem precisa passar no local para chegar às residências masculina e feminina da Universidade ou ao prédio do IMD.
“Já vi casos de chegar residente correndo desesperado fugindo de assalto. Ontem mesmo chegou um menino sem chinelo, sem nada porque quando ele estava fazendo o caminho do RU pra Residência, um assaltante abordou um menino que vinha atrás dele e ele correu para se livrar. Ele chegou chorando, desesperado. Só vão fazer alguma coisa quando acontecer uma tragédia, uma fatalidade”, conta Micharle Barbosa, estudante de Ciências Biológicas da UFRN.
Ele ainda revela que o assalto ocorreu, justamente, na trilha para o RU, mas que na ocasião as luzes do restaurante estavam apagadas.
“Hoje eles acenderam as luzes, mas no dia do assalto estava tão escuro que um amigo meu me contou que o colega dele se escondeu no mato para não ser assaltado e o bandido não o encontrou! Eu chego todo dia atrasado na minha aula porque antes venho deixar minha noiva para não deixar ela vir sozinha e depois vou lá para o CB [Centro de Biociências]. Antes não tinha isso, vez ou outra passa uma ronda, a cada duas ou três horas, mas como a UF é um espaço público e todo mundo entra, não adianta muita coisa. Há segurança nos setores, mas no caminho até chegar lá… é escuro e como você vê, tá todo mundo reclamando”, acrescenta Micharle cuja noiva faz curso no setor de Humanas. Quando o abordei, ele estava acompanhado por um amigo de sala. Os dois evitam andar sozinhos pelo campus à noite.
“Evito andar sozinho, quando a gente vai sair, combinamos de se encontrar em algum ponto. Só quando não tem jeito, é que a gente vai sai só mesmo”, confirma o colega de curso, Gerson Lenon.
Numa passagem pelo campus à noite para verificar as denúncias que havia recebido nos últimos dias, notei que algumas áreas ficam praticamente vazias à noite e a pouca iluminação torna o ambiente ameaçador. No caminho para o setor de Ciência Biológicas, por exemplo, a rua que fica em frente à reitoria estava praticamente no escuro. Para evitar ser a próxima vítima, os alunos têm procurado andar em grupos, principalmente, no horário noturno.
“Aqui e em vários setores a iluminação está precária. Eu vejo muitos relatos e essa é uma parte que o pessoal precisa passar muito e está assim, no escuro”, lamenta Joice Kelly Mendonça, que frequenta pouco a universidade à noite porque o curso de Turismo é à tarde.
“Comigo não aconteceu nada ainda, mas vejo muitas reclamações nas redes sociais. Se estudasse por aqui, com certeza evitaria esse caminho”, conta Antônio Gustavo da Silva Leandro, que é estudante de Engenharia Elétrica e acompanhava Joice na caminhada noturna pelo campus.
Mas não é apenas durante a noite que os assaltos têm ocorrido no campus da UFRN.
“Um carro parou do lado dela e pediu a bolsa, onde estava o notebook e o celular. Ela só passou e seguiu o dia dela, apesar de ter ficado abalada. Já tínhamos recebido aviso de que estavam ocorrendo assaltos no campus”, contam duas calouras de publicidade que já haviam sido alertadas sobre o risco pelos veteranos do curso.
“Com menos alunos à noite que pela manhã, nós ficamos mais preocupadas porque isso acaba, querendo ou não, incentivando o perigo”, Rebeca Gonçalves.
“Nosso setor mesmo não é tão iluminado e quando é 22h15…22h20, o Decom [Departamento de Comunicação] já começa a apagar todas as luzes. No caso do circular, ele encerra às 22h20, então se o professor estende a aula até 22h15, se você não correr pra parada, perde o ônibus. No nosso setor, por exemplo, onde a parada é um pouco mais longe, acaba prejudicando alguns alunos, que têm que sair mais cedo da aula”, completa Maria Clara Nogueira.
Ao chegar à Residência Universitária para dar continuidade à matéria, ainda na calçada, fui advertida por uma voz do lado de dentro do portão: Ei, moça, não fique com o celular aí na calçada não!
A voz, era de uma estudante do Piauí que está morando na Residência feminina, mas, de tão assustada, preferiu não ter o nome divulgado na matéria.
“Os seguranças da UFRN são para proteger o patrimônio, não nossas vidas. Eu sei que as desigualdades sociais existem e não vou tapar os olhos para essa situação. Isso nos assusta, Às vezes perdemos a vida por reagir a um assalto, os nossos bens, porque o celular é um meio de fazer prova, estudar. Alguns estudantes ainda estão ne período remoto. Precisamos chamar a atenção da sociedade para essa problemática, porque está imoral, está nos apavorando. Nós residentes, não sabemos mais qual o caminho mais seguro a percorrer, nossa vida tá em jogo tá em risco diariamente. Dentro do circular também vêm ocorrendo roubos com faca, as paradas aqui da residência e do setor II estão entre as mais perigosas, mas as pessoas aqui da UFRN parecem não estar levando isso a sério”, desabafa uma residente que preferiu não divulgar o nome.
A Agência Saiba Mais entrou em contato com a Reitoria da UFRN para questionar sobre a ocorrência de assaltos dentro do campus e da falta de iluminação. Por meio de nota, a Reitoria informou que desde o início do período letivo de 2022.1, em 28 de março, até 29 de abril, a Diretoria de Segurança Patrimonial (DSP) da UFRN recebeu a notificação de duas ocorrências, no anel viário, em área externa ao Campus Central. Nesse sentido, o reforço na vigilância vem sendo efetuado dentro do Campus pela DSP, bem como a Reitoria enviou ofício à Polícia Militar do RN, solicitando policiamento ostensivo no anel viário.
A comunidade pode entrar em contato com a segurança do campus pelos telefones 08000 84 20 50, e (84) 99193-6471; ou ainda realizar notificações pelo aplicativo “Smart Campus Seguro”.
Já em relação à iluminação do campus, a Reitoria informou que a Superintendência de Infraestrutura (Infra) intensificou, recentemente, as manutenções na iluminação do Campus Central.
Fonte: Saiba Mais