Como está a saúde física e mental dos nossos professores na fase pós-pandemia?

Publicado em 14 de junho de 2022 às 11h11min

Tag(s): Educação Pandemia de coronavírus



Da noite para o dia, salas de aula vazias e o desafio de se adaptar à rotina online. Para os professores, sem dúvida alguma, a pandemia acelerou processos – como a adoção de novas plataformas de ensino e o uso do aparato tecnológico – e ainda trouxe consequências graves à saúde física e mental.

Afinal, o novo Coronavírus escancarou uma série de precariedades que assolam a educação brasileira – como a falta de recursos e pouca valorização, entre outras questões.

Nas universidades, além da tarefa de garantir qualidade durante o ensino remoto, somaram-se as preocupações com as pesquisas em andamento e o cumprimento das metas de produtividade.

Em pouco tempo, os professores tiveram que desenvolver habilidades novas e ainda equilibrar tudo isso com as rotinas familiares. O pior: com pouco e nenhum suporte governo, além da sobrecarga do trabalho.

O caos pandêmico, somado a uma série de outros problemas, provocou um crescimento exponencial dos casos de ansiedade e de estresse no magistério superior. Uma situação que só tende a se agravar nos próximos meses, como apontam inúmeras pesquisas.

Dados alarmantes

E agora, quem cuida dos nossos professores?

Para se ter uma ideia do problema, a pesquisa Realidade Docente 2022, realizada pela consultoria FlamingoEDU para os sindicatos de professores do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS, Sinpro/Noroeste e Sinpro/Caxias), revelou que, para 54% dos profissionais entrevistados, as suas condições física e mental pioraram ainda mais no primeiro semestre de 2022, em comparação com 2021.

Síndrome de Burnout é uma realidade

Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde o início deste ano como um fenômeno relacionado ao trabalho, a Síndrome de Burnout tornou-se uma triste realidade entre os educadores brasileiros devido às peculiaridades da profissão.

Um estado de angústia coletiva tomou conta dos docentes com sintomas que vão desde a apatia até a irritabilidade e sensação de cansaço.

No caso das universidades públicas, que seguem à deriva por conta das questionáveis ações do MEC, ainda há o sucateamento provocado pelos seguidos cortes do orçamento, a perseguição ideológica deflagrada pelo governo Bolsonaro e por seus apoiadores, e o congelamento salarial desde 2016.

Tudo isso vem gerando um desgaste emocional crescente.

Nosso país preciso interromper esse ciclo. É necessário construir outro caminho, no qual a educação, a ciência e as pesquisas voltem a ser prioridade, e que professores voltem a ser valorizados.

Sem isso, continuaremos trilhando um caminho de decadência, pago com a saúde dos professores.

Fonte: APUB

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