Em ato contra juros altos, sindicalistas defendem valorização do salário e retomada do crescimento

Publicado em 15 de junho de 2022 às 11h32min

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O frio que fez na manhã desta terça-feira (14) em São Paulo não espantou os trabalhadores e trabalhadoras em luta, que fizeram um ato contra os juros altos e a carestia em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista. O protesto aconteceu enquanto é realizada a reunião do Copom, que vai anunciar a próxima taxa Selic.

Em maio, a Selic atingiu a maior taxa em 5 anos, com isso, os juros estão em 12,75%. E a expectativa é que ainda vá piorar. Isso é o impacto da política neoliberal aplicada por Jair Bolsonaro que levou a vida dos trabalhadores e trabalharas a um nível insustentável.

Para dar conta de comprar alimentos, combustíveis e gás de cozinha, a classe trabalhadora está fazendo um verdadeiro malabarismo. Por isso a campanha contra a carestia começa a crescer em todo o país.

O ato realizado na capital paulista foi uma iniciativa das centrais sindicais que estão unidas para derrotar Bolsonaro e eleger um novo governo comprometido com a retomada do crescimento nacional, que tenha a classe trabalhadora como prioridade.

O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, começou sua fala saudando a luta dos motoristas e cobradores de São Paulo que amanheceram nesta terça-feira em greve. “O caminho da luta é a resposta mais correta”, garantiu.

“Se a gente for fazer um paralelo entre as dificuldades que nosso povo está enfrentando, e esse liberalismo que vem abrindo as portas para o capital externo a partir de uma política de entrega do grande patrimônio, nós vamos ter motivo de sobra para radicalizar. Porque não é só a política de preços. Agora está acontecendo a reunião do Copom, que deve anunciar o aumento da taxa de juros de 12,75% para 13,25%. Aí a grande imprensa diz que nos Estados Unidos também aumentou os juros, mas lá, a taxa está em 1%. No Brasil, 33 milhões de pessoas passam fome, outras 116 milhões padecem, em algum grau, de insegurança alimentar, e o desemprego bate no teto. O que fazer? A aposta é a política eleitoral. Vai ser muito bom garantir essa eleição no primeiro turno para gente garantir uma política de fortalecimento de emprego e renda, e um projeto nacional de desenvolvimento que aponte para a reindustrialização do país, que aponte para uma perspectiva de universalização dos serviços públicos, que garanta uma renda básica permanente. A bandeira de luta do nosso povo é fazer valer a construção de um Brasil mais humano e menos desigual, e para isso, é fora Bolsonaro!”, afirmou Adilson.

O vice-presidente da CTB, Ubiraci Dantas, o Bira, também denunciou as políticas de desmonte de Bolsonaro, e disse que o mais importante neste momento é ampliar o diálogo e fortalecer a campanha pela retomada do desenvolvimento. “Estamos vivendo um período trágico da história do nosso país. Se por um lado mais de 600 mil pessoas morreram pela Covid, pela irresponsabilidade, pela propina, pelo roubo das vacinas que Bolsonaro fez. Por outro lado, temos mais de 40 milhões de desempregados, subempregados, desalentados. A situação do nosso povo está cada dia pior. Mas não há mal que para sempre perdure. Hoje o povo brasileiro está se levantando para dar mais uma oportunidade para aquele que pode vir a conduzir o Brasil no ano que vem. Não está nada ganho, cada um de nós precisa se transformar num cabo eleitoral e ampliar essa campanha para isolar e derrotar Bolsonaro”.

Durante o ato, os tradicionais pipoqueiros da Avenida Paulista, distribuíram pipoca gratuitamente para quem passasse. A pipoca foi paga pelas centrais, e o protesto espirituoso serviu para conversar com quem passava e denunciar que o governo Bolsonaro está pipocando diante da crise.

Fonte: CTB

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