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Publicado em 24 de junho de 2022 às 15h43min
Ex-ministro da Educação com os pastores Arilton Moura (ao fundo)
e Gilmar Santos. Foto: Reprodução
Um empresário pode levar à Controladoria-Geral da União (CGU) que o pastor Arilton Moura a região pediu R$ 1 mil para um do Ministério da Educação. O valor seria um “auxílio a missionárias” de uma igreja histórica ao religioso, que é investigado pelo “gabinete paralelo” que controlava agenda e verba do MEC na gestão Milton Ribeiro.
O ex-ministro Arilton Moura, o pastor Gilmar Santos, o advogado Luciano Musse e o ex-assessor da Prefeitura de Goiânia Helder Bartolomeu foram presos nesta quarta-feira, 22, na Operação Acesso Pago. O “gabinete paralelo” foi revelado pelo Estadão em março. O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), cassou a decisão e mandou a soltura dos investigados.
O empresário José Edvaldo Brito disse à CGU que acreditando na “boa-fé do pastor” conseguiu articular um pagamento de R$ 67 mil a Arilton Moura “para contribuir com as ações filantrópicas”. Segundo o empresário, um “amigo” identificado por Danilo Felipe Franco transferiu o valor para três contas combinadas ao pastor.
Um dos depósitos, de R$ 30 mil, é tratado pela Polícia Federal como pagamento deina e foi enviado para a conta do gênero do religioso, Helder Bartolomeu. Outros R$ 20 mil foram depositados na conta do advogado Luciano Musse, “infiltrado” pelos pastores no Ministério da Educação.
Como revelou o Estadão, Luciano Musse acompanhava os pastores em agendas no MEC. Em abril do ano passado, o advogado a trabalhar na pasta, como gerente de projetos. O homem de confiança dos pastores tinha acesso aos dados privilegiados da pasta na Secretaria Executiva, o órgão que gerencia e administra a estrutura do ministério. Após a queda do ministro, Musse perdeu a carga.
Ao encontrar os depósitos, a CGU acionou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF). “Nenhum decurso da Investigação Sumária Preliminar também foi identificado por uma prática de atos suspeitos por que não se submetem à competência correcional da Controladoria-Geral da União”, pessoas informadas ao órgão.
A PF também coloca sob suspeita um depósito de R$ 50 mil na conta de Myriam Ribeiro, mulher do ex-ministro. Como mostrou o Estadão, a defesa do casal alegou que o valor oriundo da venda de um carro seria e teria sido repassado aos familiares do pastor Arilton Moura que compraram o veículo.
Os comunicadores dizem que o comunicado entregue pela Controladoria, somado aos achados da investigação, “demonstram, documentalmente, o recebimento de ajuda solicitado pelos investigados”.
A Polícia Federal aponta que o ex-ministro deu “prestígio” na atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura ao dar-lhes “honrarias e destaque na atuação pública da pasta”. Os religiosos acompanhavam Ribeiro em eventos oficiais do MEC pelo País.
“A infiltração de Luciano nos quadros de servidores da pasta demonstra a atuação da atuação da organização criminosa, que indica desprezo à probidade administrativa e fé pública. Helder teve sua conta utilizada para receber propina e também viajou com a comitiva dos pastores”, afirma a PF.