Também conhecidas como Covid longa, as sequelas em decorrência da covid ainda são pesquisadas pela comunidade médica e científica. Mas restam dúvidas de como o vírus causa essas condições após a fase aguda da doença e também qual é o período em que elas persistem. Um estudo publicado no dia 25 de julho na revista científica Natura Medicine apontou para 62 sintomas mais comuns. Na lista estão problemas como falta de libido, dificuldade de ejaculação, perda de cabelo e insônia.
Índice de sequelas é grave
O resultado final, de 65% dos pacientes com sequelas, impressionou, contudo, os estudiosos. A avaliação da assessora técnica em epidemiologia e saúde pública da Vitar Strategies, Luciana Sardinha, uma das pesquisadoras que lideraram o inquérito, é que as incertezas sobre a duração das complicações podem impactar os sistemas de saúde. À reportagem, Luciana afirma que já existe uma sobrecarga de atendimento em função dos procedimentos que foram paralisados durante os momentos de pico da pandemia.
Com as sequelas, outros problemas de saúde ocasionados pela covid devem perdurar no país. “Percebemos que é muito grave (o índice de sequelas no Brasil) e isso precisa ser olhado agora que as coisas estão se normalizando em relação à Covid”, destaca.
Continuar se prevenindo
O dado também alerta que, apesar das vacinas, a população precisa continuar com as medidas preventivas, como uso de máscara e higiene das mãos. Do contrário, “a saúde pública vai estar sobrecarregada com isso (sequelas da covid)”, conforme ressalta a epidemiologista Lígia Kerr, vice-presidente da Abrasco e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC). Há estudos, segundo a epidemiologista, que já evidenciam que a reinfecção pelo vírus ocasiona maiores chances para o surgimento de covid longa.
Lígia também alerta que a covid-19 pode piorar condições pregressas de pacientes que já têm doenças crônicas, como diabetes. O que pode pressionar ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS). “As doenças crônicas têm um componente de custo alto”, conclui a epidemiologista.
Fonte: Rede Brasil Atual